Em 2017, Wayne Grudem foi um dos editores do livro Theistic Evolution: A Scientific, Philosophical, and Theological Critique publicado pela editora Crossway (tradução em português publicada pela editora Vida Nova com o Título Evolução Teísta: Uma crítica científica, filosófica e teológica), um volume com mais de mil páginas escrito por 25 autores, ao qual ele também contribuiu conteúdo. O livro contou com a colaboração de muitos teólogos, filósofos e cientistas proeminentes do âmbito evangélico. Aqueles que não forem intimidados por este livro de mil páginas encontrarão argumentos que mostram que, do ponto de vista da ciência, a evolução biológica (quer dizer, de micróbios para microbiologistas) é um mito que também contradiz as Escrituras; portanto, a evolução teísta (a crença de que Deus, de forma indetectável, usou a evolução para criar todos os micróbios, plantas, animais e pessoas) é um ensino falso que está infectando a igreja. O livro é muito útil a esse respeito.
Grudem, além de ser um professor piedoso e talentoso, provavelmente é o teólogo evangélico com mais influência no mundo atual. Sua Teologia Sistemática (2004), que já foi traduzida em pelo menos dezenove idiomas, é bastante utilizada, não só em seminários, mas também em igrejas, como recurso para a educação de adultos. Esse recurso com certeza terá ainda mais impacto com sua segunda edição, uma revisão feita em 2020 (que inclui um capítulo estendido sobre a criação).
Nos dois capítulos escritos por Grudem no livro Evolução Teísta, ele dá excelentes argumentos teológicos e bíblicos para rejeitar a noção da evolução teísta. A informação contida neste artigo é um resumo da documentação mais completa incluída no meu artigo detalhado, a saber, que a maioria dos argumentos de Grudem contra a evolução teísta também podem ser usados contra qualquer tentativa de reconciliar a Bíblia com a noção de um universo de milhões de anos de idade. A fim de ser consistente nos âmbitos bíblico e teológico, Grudem deve abandonar sua posição da terra antiga, uma vez que todas as interpretações de Gênesis que tomam como ponto de partida uma terra antiga, mesmo que de forma não intencional, atacam o caráter de Deus, minam a verdade e autoridade das Escrituras e subvertem o evangelho.
Antes de analisar os argumentos de Grudem contra a evolução teísta, é imprescindível entender que, na verdade, a evolução é uma teoria tríplice que procura explicar a totalidade da realidade como o resultado da combinação do acaso e a atuação das leis naturais sobre a matéria (figura 1). Portanto, é incongruente rejeitar a noção da evolução biológica e humana e ao mesmo tempo aceitar a existência de milhões de anos de evolução geológica e cosmológica, como faz Grudem. Como já expliquei em outro lugar, o motor dos três aspectos da evolução são as mesmas pressuposições naturalistas (ou seja, ateias).
Embora ele tenha razão quando diz que os eventos de Gênesis 1–3 “realmente aconteceram”, para os que creem que todas as Escrituras são inspiradas e inerrantes, é igualmente importante crer que esses eventos aconteceram no momento, na forma e na sequência registrados por Deus.
No seu capítulo introdutório de Evolução Teísta, Grudem explica que o debate não trata somente da existência de Adão e Eva, ou da forma em que foram criados. Antes, ele afirma que Gênesis 1–3 “fornece a base histórica para o resto da Bíblia e para a totalidade da fé cristã”.1 Ele apresenta vários exemplos válidos encontrados nesses capítulos, mas omite outras verdades fundamentais mencionadas nos mesmos capítulos com relação à idade da criação. Além disso, embora ele tenha razão quando diz que os eventos de Gênesis 1–3 “realmente aconteceram”, para os que creem que todas as Escrituras são inspiradas e inerrantes, é igualmente importante crer que esses eventos aconteceram no momento, na forma e na sequência registrados por Deus.
Assim, Grudem trata a narrativa histórica de Gênesis de maneira muito arbitrária. Do ponto de vista da hermenêutica, não há forma consistente de interpretar as afirmações sobre a duração dos dias e a sequência dos eventos em Gênesis 1 como linguagem figurada e ambígua, e ao mesmo tempo entender a afirmação de que Adão foi criado do pó como clara e literal.
Grudem começa com uma análise de doze “crenças da evolução teísta que são incompatíveis com os ensinos das Escrituras”. Já abordei essas doze questões no meu artigo mais longo. Neste artigo, analisaremos só três delas.
Em primeiro lugar, Grudem tem razão ao dizer que os evolucionistas teístas ou negam que Adão e Eva foram os primeiros humanos, ou negam a sua existência (quer dizer, afirmam que são um mito). Grudem rebate essa noção, dizendo que Gênesis 1 “conta como começaram todas as coisas que há no universo… como as coisas primeiro chegaram a existir” e “usa uma linguagem sequencial quando fala sobre a criação original — os primórdios — da luz, da terra, do mar, dos corpos celestes, dos peixes e aves, dos animais, e, finalmente, dos seres humanos”.2
No entanto, se Gênesis 1 nos explica como todas as coisas foram criadas, usando linguagem sequencial, segue-se que Grudem deve rejeitar o big bang e a existência de bilhões de anos, uma vez que tanto a forma como Deus criou as coisas (de forma sobrenatural pela Sua palavra) e a sequência na qual Ele as criou contradiz a forma e a sequência dos eventos na história da evolução cosmológica/geológica/biológica (figuras 2 e 3). É impossível adicionar milhões de anos a Gênesis 1 a fim de resolver essas contradições gritantes.3
Depois de dar bons argumentos para rejeitar outras nove crenças de evolucionistas teístas que são incompatíveis com a Bíblia, Grudem aborda as crenças incorretas números 11 e 12.4 Grudem resume corretamente o que acreditam os evolucionistas teístas: (11) “Deus nunca criou um mundo natural que originalmente era ‘muito bom’, no sentido em que era um ambiente seguro, sem espinhas, cardos e outras coisas daninhas”; (12) “depois do pecado de Adão e Eva, Deus não sujeitou a terra a nenhuma maldição que tenha alterado o funcionamento do mundo natural, transformando—o num lugar mais hostil aos humanos”.5
Uma vez que esses dois pontos se sobrepõem, serão abordados juntos. Estes pontos extremamente importantes são argumentos poderosos que explicam porque Grudem deveria rejeitar todas as interpretações da terra antiga. Embora sejam abordados brevemente no presente artigo, estes pontos6 já foram discutidos numa análise de cinco páginas no meu artigo detalhado.
Grudem tem razão quando diz que durante muitos séculos os intérpretes da Bíblia entendiam que o livro de Gênesis ensina que “não havia desastres naturais como furacões, tornados, terremotos, enchentes ou secas” na terra antes da queda. Também ensinavam que “não havia animais hostis aos humanos”.7 Eles diziam isso com base em Gênesis 1:31, 3:17–18 e Isaías 11:8–9. Pode-se afirmar com confiança que essa tem sido a interpretação ortodoxa, não só durante muitos séculos, mas por 2000 anos. Grudem faz o seguinte resumo preciso:
Mas a evolução teísta não pode afirmar a existência de uma criação idílica original, uma vez que sustenta que as formas de todos os seres viventes que existem hoje, incluindo tudo o que é hostil aos seres humanos, são o resultado de processos evolutivos. Como consequência, a descrição em Gênesis de uma criação idílica não é uma narrativa confiável do ponto de vista histórico.8
De acordo com a Bíblia, essa criação idílica, que de acordo com a afirmação de Grudem descrevia a criação inteira, não durou muito. Sem dúvida, poucos dias passaram antes de Adão e Eva caírem no pecado.9 Grudem tem razão quando afirma em sua avaliação de Gênesis 3:17–19 que “o texto bíblico, quando ele for abordado como qualquer registro histórico de eventos reais, mostra que Deus de fato alterou o funcionamento do mundo natural”.10 Grudem prossegue com uma lógica cuja ortodoxia é perfeita do ponto de vista bíblico e histórico:
As palavras de juízo proferidas por Deus significam que o mundo não só produziria espinhos e cardos, mas também abrigaria insetos que destruiriam as lavouras (Dt 28:28, Am 7:1), doênças que as consumiriam (vide Dt 28:22), animais forrageadores que comeriam a safra antes de ela ser colhida, além de enchentes e secas, tornados e furacões que dificultariam a agricultura e tornaria a vida precária (vide Ecl. 11:4).11
Em seguida, antes de citar Romanos 8:18–24, Grudem diz que Paulo afirma “que a maneira em que o mundo natural funciona atualmente não é como Deus o criou originalmente, mas é resultado do juízo de Deus”.12 Isso também concorda com o que os comentaristas têm dito ao longo dos séculos sobre Romanos 8.13 Portanto, ele chega à conclusão correta de que “a evolução teísta nos obriga a afirmar que Paulo também estava errado nesse ponto”.14
Depois disso, Grudem aborda a questão da morte de animais antes da queda de Adão. Ele está errado quando diz que “a Bíblia inteira nunca afirma nem nega a morte de animais antes da queda”.15 Nesse ponto, ele ignora muitas passagens das Escrituras, e até mesmo alguns de seus próprios argumentos bem fundamentados na Bíblia relacionados com esta questão que ele apresenta mais tarde neste mesmo capítulo de Evolução Teísta, como também na sua Teologia Sistemática (1994). Com certeza, não encontramos na Bíblia a afirmação: “Não houve morte de animais antes da queda”. No entanto, muito do que ela afirma leva à conclusão de que não pôde haver existido milhões de anos de morte de animais, doença, carnivorismo e extinção antes de Adão, tal como os evolucionistas interpretam o registro fóssil.
A fim de manter sua perspectiva da terra antiga, Grudem (como Lennox, de quem é seguidor) também precisa negar ou ignorar o dilúvio da época de Noé. Em termos práticos, na hipótese de a teoria de milhões de anos ser um fato, devemos concluir que o dilúvio não passou de um grande desastre natural no Oriente Médio, ou que nunca aconteceu. O dilúvio não pôde ter sido uma catástrofe global que durou um ano inteiro (como descreve o livro de Gênesis) se não deixou nenhuma evidência geológica. Qualquer inundação deixa evidência, e o dilúvio da época de Noé teria deixado enormes quantidades de evidência de erosão e sedimentação, junto com criaturas mortas que seriam transformadas em fósseis. Quando cremos as palavras de Deus sobre o dilúvio, os milhões de anos acabam sendo levados embora pela correnteza.
Quando cremos as palavras de Deus sobre o dilúvio, os milhões de anos acabam sendo levados embora pela correnteza.
Em 2005, Grudem me disse que acreditava num dilúvio global. No entanto, parece que hoje ele não acredita mais no dilúvio, uma vez que em 2016 ele recomendou um livro enganoso e errôneo (The Grand Canyon, Monument to an Ancient Earth) que rejeita o dilúvio de Noé, um livro sobre o qual escrevi uma crítica exaustiva em outro lugar.16
É um assunto de vital importância compreender a magnitude da questão bíblica e teológica da ausência da morte antes da queda. Se cremos o que a Palavra inerrante de Deus diz sobre o estado original “muito bom” da criação, a queda e a maldição de Deus sobre a criação inteira, devemos rejeitar não só a evolução teísta, mas também qualquer tentativa de fazer encaixar milhões de anos em (ou antes de) Gênesis 1. A história de milhões de anos de morte contradiz a Palavra de Deus (figura 4).
Na conclusão do seu capítulo, Grudem analisa onze doutrinas bíblicas a fim de mostrar que a evolução teísta, longe de ser uma inofensiva opinião alternativa sobre a criação, é uma posição que destrói a ortodoxia cristã. Embora eu concorde com todos os seus argumentos, também mantenho que os mesmos argumentos são válidos para a rejeição de qualquer tipo de crença numa terra antiga por parte da igreja. Neste artigo conciso, farei uma breve análise de quatro dessas doutrinas.
Grudem afirma que “é forçoso que a evolução teísta negue que Gênesis 1–3 deve ser interpretado como uma narrativa histórica, no sentido de uma obra literária cujo propósito é informar sobre eventos que realmente ocorreram”.17 Mas na verdade, qualquer interpretação de terra antiga nega que todos os eventos narrados aconteceram exatamente como Deus os descreveu.
Grudem tem razão quando diz que esta questão das origens não é um assunto que tange a salvação, mas uma questão que afeta a veracidade e a inerrância das Escrituras, duas doutrinas fundamentais. Ele diz: “Uma vez que perdemos a veracidade das Escrituras, toda a fé cristã começa a desmoronar”.18 A evolução teísta é, de fato, um ataque contra a veracidade e autoridade das Escrituras. Mas a evolução geológica e evolução cosmológica são igualmente ataques contra essas doutrinas.
Grudem (assim como outros autores que participaram da produção do livro Evolução Teísta) está preocupado com a “ciência moderna naturalista”. Como é salientado pelo filósofo de ciências e co-editor Stephen Meyer no seu capítulo introdutório, dada a evidência científica que existe contra a evolução neo-darwiniana de micróbio para microbiologista, nosso argumento é que a evolução teísta se reduz a pouco mais de uma lealdade a priori ao naturalismo metodológico — a noção que os cientistas devem se limitar a dar explicações estritamente materialistas, que não devem fazer menção alguma de desenho inteligente ou ação divina, nem mencionar a teologia no contexto do discurso científico.19
No entanto, esta repressão naturalista não é aplicada somente às áreas de biologia e antropologia. Também é praticada nas áreas de geologia e astronomia. E o que é ainda mais importante e fundamental, ela não só exclui do discurso científico qualquer menção de desenho inteligente, ação divina ou teologia; também proíbe qualquer alusão ao testemunho dado na palavra do Criador, a testemunha ocular, em discussões sobre as disciplinas de biologia, geologia, astronomia e antropologia.
Parece que Grudem e outros defensores de uma terra antiga não percebem que a filosofia naturalista está controlando as áreas de geologia e cosmologia, assim como a biologia e antropologia.20
Grudem cita Gênesis 1:11, Gênesis 1:24, Salmo 33:6 e Salmo 33:9 em defesa de seu posicionamento:
De acordo com a evolução teísta, não houve nenhuma ação especial ou intervenção por parte de Deus na ordem criada depois da criação inicial da matéria. Mas o quadro retratado na Bíblia é diferente; ela mostra um Deus que fala e dá início à existência dos seres viventes com suas poderosas palavras criativas, mostrando que essas palavras poderosas de Deus produzem um efeito imediato.21
Ao citar esses versículos, Grudem foca os “seres viventes”, mas ignora o fato de Salmo 33 afirmar que “os céus”, junto com “todo o exército deles” foram criados pelas poderosas palavras de Deus, que produziram um efeito imediato. Podemos ter certeza de que Deus não ordenou a existência do sol, da lua e das estrelas, e logo esperou bilhões de anos enquanto os processos naturais os fizessem evoluir de gás e nuvens para o sua forma atual (tal como imaginam e afirmam todos os cosmologistas evolucionistas).
Estes dois pontos estão estreitamente ligados. Grudem faz a seguinte afirmação: “A evolução teísta mina a glória atribuída a Deus devido à sua sabedoria inescrutável, manifestada na criação de todas as coisas”. Ele acrescenta o seguinte: “De acordo com a evolução teísta, Deus não criou diversos tipos de animais na primeira tentativa, mas de forma desajeitada, por meio de sua providência, ele produz milhões de mutações fracassadas em cada criatura até encontrar uma alteração útil”.22 Depois de duas páginas, ele também argumenta corretamente que
a evolução teísta também subverte a fé na bondade de Deus, uma vez que ela ensina que Deus foi responsável (de alguma maneira) pela criação de um mundo cheio de doenças mortíferas, animais perigosos e desastres naturais que têm trazido sofrimento e destruição aos seres humanos durante toda a existência da raça humana na terra.23
No entanto, este problema afeta todos os posicionamentos de terra antiga, incluindo o de Grudem. Os milhões de anos não são simplesmente tempo ocioso. São milhões de anos cheios de todos estes males que têm afetado não só os humanos (depois de eles surgirem na terra), mas também as plantas e os animais que viveram antes dos humanos. A noção de milhões de anos na história da terra é uma ataque maciço contra o caráter de Deus — contra sua bondade, sua sabedoria e sua inteligência.
Grudem, com base em Romanos 5:12 e 5:19, diz que tanto a historicidade do pecado de Adão quanto a unidade da raça humana, representada por Adão, são relacionadas à obra expiatória de Cristo por sua morte e ressurreição. Ao negar a primeira “a evolução teísta subverte de forma importante a doutrina da expiação”.24 E à luz da relação feita em 1 Coríntios 15:21–22 entre Adão e Cristo, ela também “subverte a eficácia da ressurreição para dar nova vida a todos os que são salvos por Cristo”.25 Em termos práticos, na hipótese de os primeiros capítulos não serem um registro literal da história, mas antes uma descrição mítica ou simbólica, seguiria-se que Jesus morreu por um problema mítico ou simbólico, e que a esperança que Ele nos oferece é também mítica ou simbólica. O fato de Grudem insistir no caráter histórico e literal da criação de Adão, no pecado e na unidade da raça humana e ao mesmo tempo negar os dias literais da criação e a cronologia literal de Gênesis 5 e 11 é gravemente inconsistente. A noção de milhões de anos de morte e extinção de animais contradiz a doutrina da expiação e do sacrifício expiatório de Cristo, sendo totalmente incongruente com ele!
A esperança do evangelho também é subvertida pela hipótese da existência de milhões de anos de males naturais. As Escrituras deixam claro que a volta de Jesus trará uma restauração de todas as coisas, conforme predito pelos profetas (Atos 3:21, Isaías 11:6–9, 65:25–26), e a remoção da maldição (Apocalipse 22:3) resultante da obra redentiva do Senhor na criação inteira (Colossenses 1:20). A figura 5 mostra o ensino cristão bíblico e ortodoxo ao longo dos últimos 2000 anos. Todos os posicionamentos de terra antiga forçosamente sugerem uma das perspectivas não bíblicas representadas nas figuras 6 e 7 (embora Grudem e outros defensores talvez não estejam cientes disso).
Se a história da Bíblia não for verdadeira, desde o primeiro versículo, como poderemos crer um evangelho alicerçado nas verdades do livro de Gênesis sem sermos inconsistentes? Se deixarmos que as declarações de geólogos e astrofísicos seculares sejam a autoridade hermenêutica que nos exige afirmar que o livro de Gênesis realmente não quer dizer o que ele ensina claramente sobre o dilúvio e a idade da terra, como poderemos confiar no que a Bíblia ensina sobre a biologia e a antropologia sem sermos inconsistentes? A maioria dos biólogos e antropólogos dizem que as virgens não têm filhos e que os mortos não ressuscitam. Por que Grudem e outros defensores da terra antiga não se submetem às autoridades científicas que afetam doutrinas bíblicas sobre Cristo com a mesma prontidão com que eles se submetem à autoridade da maioria dos geólogos e astrofísicos com relação aos temas da criação do mundo não biológico, do dilúvio e da idade da criação?
Se a história da Bíblia não for verdadeira desde o primeiro versículo, como poderemos crer um evangelho alicerçado nas verdades do livro de Gênesis sem sermos inconsistentes?
A evolução teísta contradiz muitos dos ensinamentos claros de Gênesis 1–3; portanto, ela é uma ameaça ao cristianismo ortodoxo. No entanto, Grudem, ao rejeitar a evolução biológica e humana enquanto ele admite a evolução geológica e cosmológica, obviamente concorda com a postura de John Lennox, que afirma que “nenhuma doutrina fundamental das Escrituras é afetada” pela aceitação de milhões de anos.26 Na verdade, qualquer tipo de crença numa terra antiga contradiz o ensinamento claro e autoritativo de Gênesis 4–11, ataca o caráter de Deus e subverte as doutrinas da queda e da expiação. Infelizmente, este grande teólogo ignora essas verdades.
A rejeição generalizada dentro da igreja das verdades de Gênesis relacionadas com a idade da criação não é o único fator que tem contribuído à insanidade moral, às trevas espirituais e à decadência totalitária no âmbito político que o mundo ocidental está experimentando atualmente. No entanto, ele é o fator mais importante, uma vez que o livro de Gênesis é a base do resto das doutrinas da Bíblia, incluindo o evangelho. Quando a autoridade das Escrituras no livro de Gênesis é subvertida, a autoridade do resto das Escrituras também é subvertida. Nas palavras de Paulo, um pouco de fermento leveda toda a massa (1 Coríntios 5:6; Gálatas 5:9).
Grudem está seriamente enganado com relação à idade da terra. Ele deveria rejeitar essas posturas errôneas que estão prejudicando o compromisso da igreja com a autoridade das Escrituras.27 Os cristãos em geral deveriam rejeitar seus ensinamentos sobre a terra antiga, sem deixar de apreciar seus outros escritos e palestras. Para uma melhor noção da refutação que Grudem faz (baseada em sua perspectiva da terra antiga) da evolução teísta, e suas inconsistências com o ensinamento da Bíblia, peço aos leitores que leiam o meu artigo detalhado.
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