Já tive o privilégio de falar sobre a criação e a evolução em 35 países, e tenho visto que a maioria dos cristãos nunca pensou sobre a evidência bíblica e científica que mostra que os capítulos 1-11 de Gênesis são um registro histórico literal que ensina que a idade aproximada da criação é de somente 6000 anos. Também tenho visto que a maioria dos cristãos aceita a afirmação feita pela maioria dos cientistas de que a terra tem vários bilhões de anos de idade. Além disso, tenho observado que a grande maioria dos cristãos nunca parou para pensar sobre o dilúvio da época de Noé e sua relevância para a questão da idade da terra, independentemente de eles aceitarem ou não a noção de milhões de anos.
O dilúvio é um componente fundamental dessa questão. Em termos práticos, se o dilúvio foi um evento mundial e catastrófico que aconteceu há aproximadamente 4.500 anos e durou um ano inteiro (como parece ser descrito no relato de Gênesis), é muito razoável concluir que ele teria gerado quantidades imensas de erosão e sedimentação nas quais teriam sido enterrados muitas plantas e animais que mais tarde se tornaram fósseis, conforme endureciam os sedimentos e formavam camadas de rochas. Geólogos que acreditam na criação consideram que o dilúvio teria formado características geológicas exatamente como aquelas que encontramos em todas as regiões do mundo, um exemplo sendo o Grand Canyon, localizado no estado de Arizona, EUA. Esses geólogos que acreditam na Bíblia pensam que a maioria das camadas de rochas sedimentares (mas não todas) que contêm fósseis são produtos do dilúvio. Mas os geólogos seculares, que rejeitam o testemunho ocular de Deus registrado em Gênesis 6-9, dizem que essas camadas de rocha foram formadas ao longo de milhões de anos. Portanto, se a maioria das camadas sedimentares fossilíferas encontrados por todo o mundo atual são produto do dilúvio, segue-se que essas mesmas camadas não podem ser o resultado de milhões de anos de erosão e sedimentação, como afirmam esses geólogos secularistas.
Durante os primeiros 1,800 anos da igreja, sua crença quase universal era que o dilúvio da época de Noé foi uma catástrofe histórica e global que durou um ano inteiro. Mas nas primeiras décadas do século XIX, a noção de milhões de anos se arraigou na então nascente ciência da geologia.
Durante os primeiros 1,800 anos da igreja, sua crença quase universal era que o dilúvio da época de Noé foi uma catástrofe histórica e global que durou um ano inteiro. Mas nas primeiras décadas do século XIX, a noção de milhões de anos se arraigou na então nascente ciência da geologia. A maioria da igreja rapidamente aceitou essa noção, de modo que por volta do ano 1850, a maioria dos cristãos já tinha abandonado essa crença original sobre o dilúvio.1 Hoje, a maioria dos cristãos, até mesmo de geólogos cristãos professantes, acreditam que o dilúvio da época de Noé é um mito (ou seja, nunca aconteceu) ou que foi uma inundação de dimensões consideráveis, mas limitada à região da planície da Mesopotâmia, onde estão os rios Tigre e Eufrates (o país atual de Iraque), descrita na Bíblia com uma linguagem muito exagerada.
Neste artigo, apresentarei a evidência bíblica de que o dilúvio da época de Noé foi uma inundação global e catastrófica o suficientemente potente para produzir a maioria da evidência geológica que a maioria dos geólogos atribuem a centenas de milhões de anos de mudanças graduais.2 Os argumentos geológicos para acreditar neste dilúvio global e numa terra jovem são apresentados em outros artigos.3
O Dilúvio de Noé Realmente Aconteceu em um Ponto Específico da História
Há muitas linhas de evidência, tanto dentro da Bíblia quanto fora dela, de que o dilúvio da época de Noé foi um evento histórico que realmente aconteceu.
Jesus (Mateus 24:37-39), Pedro (1 Pedro 3:20, Peter 2:5; 3:3-7), Isaías (Isaías 54:9) e Ezequiel (Ezequiel 14:14) acreditavam no caráter histórico do dilúvio.
- A palavra hebraica toledoth aparece onze vezes no livro de Gênesis, onde ela é traduzida de maneiras diversas com expressões como “esta é a história de” ou “este é o registro da descendência de”.4 A palavra funciona como uma espécie de laço que unifica todo o livro, formando um único documento histórico que abrange eventos importantes desde a criação até a época de Moisés.
- O relato sobre o dilúvio parece ter sido escrito na forma de um diário que descreve os acontecimentos de dias específicos durante os anos 600 e 601 da vida de Noé.
- Jesus (Mateus 24:37-39), Pedro (1 Peter 3:20, 2 Pedro 2:5; 3:3-7), Isaías (Isaías 54:9) e Ezequiel (Ezequiel 14:14) acreditavam no caráter histórico do dilúvio. No caso das passagens de Isaías e Ezequiel, Deus mesmo menciona Noé, usando-o como base para as promessas que ele faz a Israel por meio desses dois profetas.
- A realidade do dilúvio se torna necessária pelo fato de todos os indivíduos mencionados na genealogia de Jesus (incluindo Noé) precisarem ter sido personagens históricos reais (Lucas 3:23-38); caso contrário, Jesus teria sido descendente de um personagem mítico.5
- As centenas de contos de dilúvio encontrados entre diversos povos no mundo inteiro (muitos dos quais incluem detalhes que correspondem àqueles de Gênesis 6-9) apontam para o fato de ele ter sido um evento histórico que ficou gravado na memória da humanidade.6
O Dilúvio da Época de Noé Foi um Evento Global
Ao contrário do que muitos cristãos acreditam, o dilúvio não foi um evento local que afetou somente a região da planície de Mesopotâmia, mas um evento de proporções globais. Quando as águas atingiram sua altura máxima, não havia mais terra acima do nível do mar.
Somente um dilúvio global teria coberto todas as montanhas de pelo menos 15 côvados (aproximadamente sete metros) de água (Gênesis 7:19).
- O Propósito do Dilúvio. Deus mandou o dilúvio para destruir não só a humanidade pecaminosa, mas também todos os animais terrestres e aves que não estavam na arca, junto com a superfície da terra (Gênesis 6:7, 13). As aves são mencionadas 19 vezes em Gênesis 6-9: essa repetição sem dúvida aponta para o fato de um dilúvio global, uma vez que se fosse uma inundação local, as aves poderiam ter escapado facilmente, voando para outra região não afetada.
- A Altura das Águas do Dilúvio. Somente um dilúvio global teria coberto todas as montanhas de pelo menos 15 côvados (aproximadamente sete metros) de água (Gênesis 7:19). Uma vez que a água sempre busca seu próprio nível, o simples fato de as montanhas do Oriente Médio terem sido cobertas de água torna necessário um dilúvio de caráter global.
- A Duração do Dilúvio. No total, 371 dias passaram entre o início do dilúvio e o desembarque em terra seca das pessoas e animais (Gênesis 7:11 e Gênesis 8:14). A menção de 40 dias (Gênesis 7:12-18) se refere a chuvas torrenciais e contínuas; no entanto, as fontes das grandes profundezas não foram fechadas, e as chuvas não cessaram, até o dia 150 (Gênesis 8:2). Logo, foram necessários 221 dias adicionais para as águas baixarem o suficiente para a terra ficar seca. Nenhuma enchente local poderia durar tanto tempo.
- O Propósito da Arca. Deus deu instruções a Noé para levar na arca os pássaros e animais terrestres que Ele lhe trouxesse a fim de repopular a terra depois do dilúvio (Gênesis 7:1-3). Se o dilúvio tivesse sido uma inundação local na região do Oriente Médio, a construção de uma arca teria sido completamente desnecessária. Mesmo se todos os animais que moravam na região afetada tivessem morrido, a zona teria sido repopulada por criaturas de outras regiões. Já no caso de Noé e sua família, eles poderiam ter ido de férias para o Egito, ou para a Europa. A arca era indispensável somente no caso de um dilúvio global.
- O Volume da Arca. A Arca teria sido desproporcionalmente grande (Gênesis 6:15) se seu único propósito tivesse sido salvar uns poucos animais, aves e pessoas de uma inundação local. Por outro lado, o tamanho descrito no texto foi necessário e apropriado para salvar o grande número de tipos de criaturas que foram levados a bordo.7
- O Pouso da Arca. A Arca foi parar nas montanhas (o substantivo hebraico é usado no plural) de Ararate (possivelmente a região oriental do país atual da Turquia), perto do cume da montanha mais alta que havia na região naquela época. Passaram mais 74 dias antes de o primeiro das montanhas vizinhas aparecer (Gênesis 8:4-5). Nenhuma inundação local poderia ter levado a arca a uma altitude tão elevada. Além disso, a quantidade de tempo que foi necessário para as águas baixarem só faz sentido no contexto de um dilúvio global, após o qual os movimentos da terra teriam feito surgir novas montanhas enquanto as águas baixavam para as recém-formadas bacias oceânicas, tornando visíveis as montanhas vizinhas.
- A promessa do arco-íris. Deus prometeu a Noé, sua família, os animais e aves que tinham saído da arca, todos os seus descendentes e à própria terra, nunca mandar outro dilúvio para destruí-los (Gênesis 9:8-17). Se o dilúvio tivesse sido simplesmente uma inundação local, essa promessa seria uma mentira, uma vez que desde então já houve muitas inundações locais que têm matado homens e animais e destruído vastos territórios. Mas o dilúvio da época de Noé foi global; assim, Deus tem cumprido (e continuará a cumprir) sua promessa.
- O Mandamento Depois do Dilúvio. Deus manda os animais e a família de Noé repopular a terra (Gênesis 8:15-17 e Gênesis 9:1). Esses mandamentos não teriam sido necessários se o dilúvio não tivesse sido global, uma vez que os animais e aves das regiões não afetadas pela inundação teriam bastado para repopular a região destruída.
- A Repetição de Termos Universais. Neste relato, a Bíblia usa palavras e frases como “todos”, “todo”, “debaixo do céu” e “que tem fôlego de vida”. Embora a palavra hebraica col nem sempre significa “todo” de forma literal, esse é o seu significado frequente. Quando ela é usada com outro significado, o contexto o deixa claro. Em cada uma das 60 ocorrências desta palavra em Gênesis 6-9, seu uso é enfaticamente literal.
- O Uso das Palavras Hebraicas eretz e adamah. A palavra erez aparece mais de 2500 vezes no Antigo Testamento. Ela é usada com diversos significados: terra (o planeta), chão, território, solo ou país. Às vezes se refere aos habitantes da terra (por exemplo, em Gênesis 11:1). Mas como a maioria das outras palavras que encontramos num léxico hebraico-português (como provavelmente é o caso de todos os idiomas), é muito importante lembrar que o contexto é o que deveria determinar o significado específico de uma palavra numa oração específica. A palavra adamah aparece 225 vezes no Antigo Testamento, onde ela é traduzida chão ou terra (para se referir tanto a um território quanto a toda a terra seca que está acima do nível do mar). Em Gênesis 6:1-9:17 (o relato do dilúvio), a palavra eretz é usada 48 vezes, nenhuma das quais se refere a uma região geograficamente limitada. Nesses mesmos capítulos, a palavra adamah é usada nove vezes. Aliás, a expressão face da terra é uma tradução da expressão face da adamah.8 A maioria das traduções em língua inglesa usa o equivalente da expressão face da terra para traduzir a frase face da eretz, uma vez que o contexto mostra claramente que a palavra eretz, conforme é usada nesses trechos, se refere claramente a toda a terra do planeta.9
- A Palavra Hebraica Traduzida como Dilúvio em Gênesis 6-11: mabbul. Deus usa a palavra hebraica mabbul doze vezes nesses capítulos. Ela aparece somente mais uma vez no Antigo Testamento (Salmo 29:10), onde com certeza se refere ao dilúvio da época de Noé, uma vez que é usada com o artigo definido (ou seja, o dilúvio). Não se refere a uma inundação qualquer, mas àquele dilúvio, no qual Deus verdadeiramente se mostrou ser o Rei soberano. Todas as outras vezes que são mencionadas inundações no Antigo Testamento (sejam elas literais ou metafóricas), a palavra usada é o substantivo shetef10 ou o verbo zaram.11 No Novo Testamento, a palavra grega kataklusmos (de onde provém a nossa palavra cataclismo) é usada somente para se referir ao dilúvio da época de Noé.12 O mesmo acontece na tradução grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) - a palavra kataklusmos é usada somente em Gênesis 6-11 e Salmo 29:10 (LXX: Salmo 28:10).
- Jesus e Pedro. Tanto Jesus (Mateus 24:37-39) quanto Pedro (2 Pedro 3:3-7) mostram claramente que pensavam que o dilúvio teve um efeito global, uma vez que fazem uma ligação entre o dilúvio e o juízo futuro na segunda vinda de Jesus Cristo, outro evento cujo impacto será global!
Os mandamentos não teriam sido necessários se o dilúvio não tivesse sido global, uma vez que os animais e aves de regiões não afetadas pela inundação teriam bastado para repopular a região destruída.
O Dilúvio da Época de Noé Foi Catastrófico
- O Propósito do Dilúvio. Numa expressão de ira santa, Deus se propôs a “destruir” a face da terra (vide também 2 Pedro 3:6) e “fazer desaparecer” as criaturas (Gênesis 6:7, Gênesis 6:17). Não se tratava de um evento pacífico que não deixaria evidências. A linguagem usada sugere uma transformação radical na superfície da terra.
- A Fonte das Águas. As palavras hebraicas usadas em Gênesis 7:11 são importantes e esclarecedoras. No primeiro dia do dilúvio, “se romperam todas as fontes do grande abismo” (ARC) e “as comportas do céu se abriram” (NVI). A palavra traduzida abismo (tehom) é usada 36 vezes no Velho Testamento, normalmente para se referir aos oceanos. A palavra “fontes” sugere o surgimento de água subterrânea na superfície da terra. A palavra traduzida se romperam é baqa, a mesma que é usada em Números 16:31 (a passagem onde Deus destruiu Coré e sua família e gado com um pequeno terremoto), em Juízes 15:19 (a passagem onde Deus fendeu uma rocha para dar água a Sansão) e em Zacarias 14:4 (uma passagem que menciona que Jesus em sua segunda vinda fenderá o Monte das Oliveiras, localizada ao leste de Jerusalém, formando um grande vale). Gênesis 7:12 mostra que a expressão “comportas do céu” é uma metáfora que se refere à chuva. Mas não se trata de um aguaceiro de primavera que rega o jardim. A chuva global incessante que durou 40 dias foi uma expressão da ira de Deus. Portanto, a linguagem empregada no relato sugere claramente que houve algum tipo de movimento no leito oceânico que o rompeu (por exemplo, terremotos). Isso teria desencadeado erupções vulcânicas e tsunamis, que junto com as chuvas torrenciais globais, teriam provocado uma destruição inconcebível.
Os tsunamis teriam atingido a terra, causando erosão, enquanto as águas teriam subido cada vez mais, retrocedendo entre as vagas individuais.
- A Subida das Águas. As águas não teriam atingido sua altura máxima no primeiro dia. Isso provavelmente não aconteceu até o dia 40. Desde o momento em que romperam as profundezas, as águas teriam começado a subir continuamente, prevalecendo sobre a terra (Gênesis 7:18-20). Os tsunamis teriam atingido a terra, causando erosão, enquanto as águas teriam subido cada vez mais, retrocedendo entre as vagas individuais. Isso quer dizer que durante a subida das águas, teria havido em determinada região períodos de violência que alternavam com breves períodos de mais tranquilidade. Não teria sido uniformemente catastrófico em todos os lugares ao mesmo tempo.
- O Movimento das Águas. Tanto na etapa de inundação quanto na etapa de retrocesso, a água teria estado em movimento. A água em movimento causa erosão de sedimentos, depositando-os em outros lugares. Os verbos hebraicos usados em Gênesis 8:5 se referem claramente a um movimento oscilante, assim como o movimento do corvo que saiu “indo e voltando” (Gênesis 8:7). Isso significa que teria havido erosão adicional e sedimentação nessa etapa de retrocesso, que teria afetado o material já depositado durante a etapa de inundação. Trata-se de um evento complexo que teria produzido uma complexa evidência geológica (exatamente como a evidência que observamos nas rochas hoje).
- As Dimensões da Arca (Gênesis 6:15). As pesquisas científicas têm mostrado que as dimensões da arca, especialmente a razão entre o comprimento x largura x altura, teria proporcionado o melhor grau de estabilidade, resistência e conforto para sobreviver às piores condições no mar.13
- A Localização do Jardim do Éden. É impossível reconciliar a descrição topográfica em Gênesis 2:10-14 com a geografia da planície da Mesopotâmia pós-diluviana; aliás, não corresponde a nenhuma região da terra atual. O livro de Gênesis diz que havia um rio que saía do Éden e logo se dividia em quatro. Na Mesopotâmia atual, os rios Tigre e Eufrates começam em duas regiões distintas das montanhas da atual Turquia, juntando-se para formar um só rio pouco depois de desembocarem no Golfo Pérsico. Não é de se admirar que os dois rios mencionados em Gênesis 2 tenham os mesmos nomes que aqueles que conhecemos hoje. Conforme os povos vão se deslocando de uma região da terra a outra, eles usam os mesmos nomes para descrever o novo território que antes usavam em suas terras antigas. Por isso existem duas cidades chamadas Birmingham, uma na Inglaterra e a outra no estado de Alabama (EUA). Na época do Novo Testamento, a cidade de Antioquia na Síria não era a mesma que Antioquia na Pisídia. O fato de o mesmo nome ser usado em dois contextos diferentes não significa necessariamente que se refere ao mesmo lugar. O Jardim do Éden não pode ser encontrado porque o mundo pré-diluviano foi completamente destruído.
Conclusão
Seria impossível escrever um relato que mostrasse com mais clareza do que o relato bíblico que o dilúvio foi uma catástrofe de proporções globais.
Seria impossível escrever um relato que mostrasse com mais clareza do que o relato bíblico que o dilúvio foi uma catástrofe de proporções globais. Por outro lado, se o dilúvio tivesse sido simplesmente uma grande inundação que afetou o Oriente Médio, seria impossível escrever uma descrição mais enganosa que aquela que lemos no livro de Gênesis.
Agora, o que esperamos encontrar hoje se realmente aconteceu esse dilúvio catastrófico de proporções globais que durou um ano inteiro? Esperamos encontrar bilhões de plantas e animais mortos (tanto terrestres quanto marítimas), enterrados em diversos tipos de camadas de rocha sedimentar endurecida que mostram evidências de terem sido depositadas em água (não num ambiente desértico). Esperamos encontrar evidências de imensas quantidades de erosão e sedimentação numa escala maior do que qualquer processo que observamos hoje. Também esperamos encontrar esse tipo de evidência espalhado pelo mundo inteiro. E isso é exatamente o que observamos! Bilhões de animais mortos, enterrados em camadas de rocha depositadas por água e espalhadas pelo mundo inteiro. A questão dos fósseis humanos é um tema complexo que já foi tratado em outros artigos.14 Mas os bilhões de fósseis de plantas e animais que observamos em camadas sedimentares depositadas por rochas com uma ampla distribuição geográfica é exatamente o que esperamos se o dilúvio da época de Noé realmente aconteceu.
Ora, o Dilúvio é uma peça fundamental na questão da idade da terra. Os milhares de metros de camadas de rochas sedimentares, cheias de criaturas mortas, foi formada ou antes ou depois de Adão. Se considerarmos que essas evidências foram formadas ao longo de milhões de anos, antes do surgimento do primeiro homem (como dizem os evolucionistas), teríamos que concluir que Deus olhou para toda essa morte, doença e extinção e disse que era “muito bom”, e que a maldição que Deus pronunciou depois do pecado de Adão não teve nenhum impacto na criação não humana (isso contradiz o que é ensinado em Gênesis 3:14-21, Gênesis 5:29 e Romanos 8:19-23)15. Mas quando consideramos que esse registro fóssil foi formado depois do pecado de Adão, vemos que a causa mais lógica é o dilúvio da época de Noé. Assim, se aceitamos a existência de milhões de anos, nossa única opção é rejeitar a noção de que o dilúvio tenha sido uma catástrofe global; isso é exatamente o que fazem aqueles cristãos que acreditam numa terra antiga. Se acreditamos no que a Palavra de Deus diz sobre o dilúvio, a descrição que encontramos nela se torna uma razão muito importante para rejeitar a existência dos milhões de anos. Acreditar ao mesmo tempo no dilúvio da época de Noé e em milhões de anos de história da terra não é nem lógico nem bíblico.
Se acreditamos no que a Palavra de Deus diz sobre o dilúvio, devemos rejeitar a existência de milhões de anos.
Todos os argumentos a favor de tratar o dilúvio da época de Noé como um evento de alcance local que afetou a região do Oriente Médio ignoram a maioria da evidência bíblica apresentada neste artigo, sendo tão superficiais que não resistem a uma análise mais profunda. A verdadeira razão pela qual as pessoas acreditam que o dilúvio da época de Noé afetou somente a região do Oriente Médio é sua aceitação acrítica das teorias da maioria dos geólogos, especialmente aquelas relacionadas com o método de datação radiométrica. Gostaria de animar os leitores a confiarem na Palavra inequívoca e inerrante de Deus em vez de aceitar as palavras falíveis de pecadores (muitos dos quais tentam explicar a existência do mundo sem levar em conta a pessoa de Deus, a fim evitar qualquer sentido de responsabilidade corporativa ou moral perante ele), e a considerarem as evidências geológicas apresentadas nas fontes mencionadas nas notas 2 e 3.
Deixemos que a Palavra de Deus seja verdadeira, e mentiroso qualquer homem que não concordar com ele (Romanos 3:4).