O remédio mais amargo que um cristão precisa engolir a fim de “fazer as pazes” com Darwin talvez seja a alegada ascendência símia do homem. Inclusive muitos cristãos que aceitam acriticamente a noção de que a evolução foi “o processo que Deus usou para criar” procuram alguma forma de elevar a origem do homem, ou pelo menos sua alma, por cima da dos animais. Os evolucionistas tentam atenuar o impacto dessa afirmação dizendo que o homem não evoluiu precisamente dos símios (macacos sem cauda), mas de criaturas símias. No entanto, isso é um simples subterfúgio semântico, uma vez que muitos dos supostos antepassados do homem são símios cujos nomes científicos incluem o termo pithecus (derivado de uma palavra grega que significa símio). Por exemplo, o nome científico do tão aclamado “antepassado dos humanos” conhecido popularmente como “Lucy” é Australopithecus afarensis, cujo significado é “símio austral da região etíope de Afar''). Mas afinal, o que a Bíblia ensina sobre a origem do homem, e quais são exatamente as evidências científicas usadas pelos evolucionistas como base para afirmar que descendemos dos símios?
Deus nos conta que no mesmo dia em que Ele criou todos os animais terrestres (o sexto dia), Ele criou o homem por separado, à Sua própria imagem, a fim de que tivesse domínio sobre todos os outros seres vivos na terra (Gênesis 1:26-28). Isso mostra claramente que nenhum animal está no mesmo nível do homem e que, sem dúvida, nenhum animal é seu antepassado.
Assim, quando Deus trouxe os animais a Adão para receberem seus nomes, Ele observou que “não se encontrou para o homem alguém que o auxiliasse e lhe correspondesse” (Gênesis 2:20). Jesus confirmou o caráter único dos homens e das mulheres quando declarou que o casamento deve ser entre um homem e uma mulher, uma vez que “no princípio da criação Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10:6). Isso não deixa espaço algum para a existência de pré-humanos ou de bilhões de anos de evolução cósmica antes do surgimento do homem na terra. Aliás, a razão pela qual Adão escolheu o nome “Eva” para a sua esposa foi o fato de ele ter reconhecido que ela seria "mãe de toda a humanidade” (Gênesis 3:20). O apóstolo Paulo declarou claramente que o homem não é uma espécie de animal: “Nem toda carne é a mesma: os homens têm uma espécie de carne, os animais têm outra, as aves outra, e os peixes outra” (1 Coríntios 15:39).
A única pergunta permitida é: “De quais símios o homem evoluiu?”
Enquanto os cristãos que acreditam na Bíblia começam com a pressuposição que a Palavra de Deus é verdade, e que os únicos antepassados originais do homem foram Adão e Eva, dois seres plenamente humanos, os evolucionistas começam com a pressuposição de que o homem de fato evoluiu dos símios. Nenhum paleoantropólogo (um cientista que estuda as origens do homem) ousaria levar a sério a pergunta: “O homem de fato evoluiu dos símios?” A única pergunta permitida é: “De quais símios o homem evoluiu?”
Uma vez que os evolucionistas geralmente não acreditam que o homem evoluiu de alguma das espécies atualmente existentes, eles procuram a evidência que desejam nos fósseis de humanos e símios. Mais precisamente, eles procuram qualquer característica anatômica que parece ser de caráter “intermediário” (entre símio e humano). Qualquer fóssil que contenha esse tipo de característica é declarado um humano ancestral (ou pelo menos um parente paralelo), conhecido como hominídeo. Pelo contrário, os símios atualmente existentes, em vez de serem considerados hominídeos, são chamados hominóideos, uma vez que sua evolução não deu origem ao homem, embora sejam semelhantes aos humanos. No entanto, os evolucionistas são dispostos a aceitar como “provas” da nossa ascendência meras semelhanças entre ossos fossilizados de símios extintos e ossos de homens vivos.
Embora seja possível apontar muitas semelhanças entre os símios atuais e os humanos, o único tipo de evidência histórica que poderia apoiar a noção de uma ascendência símia dos humanos seria a evidência fóssil. Infelizmente, o registro fóssil apresenta escassos exemplares humanos e símios. Aproximadamente 95% de todos os fósseis conhecidos são de invertebrados marinhos, aproximadamente 4,7% de algas ou plantas, 0,2% de insetos e outros invertebrados e somente cerca de 0,1% de vertebrados (animais com ossos). Por fim, somente a menor fração concebível de fósseis de vertebrados são de primatas (humanos, símios, macacos e lêmures).
Devido à escassez de fósseis de hominídeos, mesmo entre aqueles que se especializam na evolução humana, poucos já viram um fóssil genuíno de hominídeo, e menos ainda já tiveram a oportunidade de manusear ou estudar esse tipo de fóssil. A maioria dos artigos científicos sobre a evolução humana estão baseados em moldes dos exemplares originais (ou até mesmo publicações de fotos, medidas e descrições desses fósseis). Aqueles que descobrem fósseis hominídeos originais normalmente restringem severamente qualquer acesso aos fósseis, o qual normalmente é limitado a um pequeno grupo de evolucionistas privilegiados que concordam com a interpretação do fóssil feita pelo descobridor.
Cientistas que encontram um antepassado do homem são mais prestigiados que os que encontram um antepassado dos símios atuais (e muito mais que aqueles que encontram apenas um símio extinto); devido a isso, há muita pressão sobre os paleoantropólogos para chamarem qualquer fóssil símio de “hominídeo”. Como resultado, esses cientistas essencialmente têm deixado aos símios atuais a tarefa de encontrar seus próprios antepassados.
Muitos estudantes aprendem sobre a teoria da evolução em nossas escolas (com frequência na aula de estudos sociais!) com professores que têm pouco conhecimento sobre a anatomia humana, sem mencionar a anatomia de símios. Mas é inútil examinar a evidência fóssil a favor da evolução dos humanos a partir dos símios sem antes ter uma noção prévia das diferenças anatómicas e funcionais fundamentais que existem entre os esqueletos humanos e símios.
Os fósseis de primatas que se encontram com mais frequência são fragmentos de mandíbulas e dentes,devido à sua considerável dureza. Isso significa que muita da evidência para uma ascendência símia do homem está baseada em semelhanças entre seus respectivos dentes e mandíbulas.
Ao contrário dos dentes humanos, os dentes incisivos e caninos dos símios normalmente são maiores que os molares. Em geral, o esmalte (a camada superficial mais dura) dos dentes símios é fino, enquanto o esmalte de dentes humanos normalmente é mais grosso. Finalmente, a forma das mandíbulas símias tende a ser mais como a letra U em comparação com a forma das mandíbulas humanas, sendo também mais parabólica.
É problemático usar certas características humanas nos dentes como base para declarar que um fóssil símio pertence a uma forma humana ancestral (ou seja, um hominídeo), uma vez que alguns símios que vivem atualmente apresentam essas mesmas características, embora não sejam considerados antepassados do homem. Por exemplo, os dentes caninos e incisivos de algumas espécies de babuínos modernos são relativamente pequenos, enquanto seus molares são relativamente grandes. E embora o esmalte da maioria dos dentes símios seja fino, o esmalte de alguns (como os orangotangos) é relativamente grosso. É óbvio que os dentes nos ensinam mais sobre a dieta e os hábitos alimentares desses animais do que sobre sua suposta evolução. No entanto, a espessura do esmalte continua sendo um dos critérios mais citados por aqueles que declaram que um fóssil símio é um hominídeo.
A imaginação artística também tem sido usada para criar ilustrações de “homens-símios” com base na evidência de um único dente. Um exemplo disso é o Hesperopithecus (um fóssil que consiste em apenas um dente), que no início da década de 1920 apareceu numa ilustração no jornal London Illustrated News, junto com a esposa, filhos animais domésticos e cova que supostamente pertenciam ao dente! Os peritos da época citaram esse dente, conhecido como o “Homem de Nebraska”, no julgamento de Scopes em 1925. Em 1927, quando partes do esqueleto foram descobertas junto com os dentes, descobriu-se que o “Homem de Nebraska” era realmente uma espécie extinta de taiaçuídeo (um tipo de porco selvagem).
Os fósseis de primatas mais interessantes provavelmente são os crânios, uma vez que eles uma vez continham o cérebro e nos dão a oportunidade de estar face a face com os nossos supostos antepassados (claro, com a ajuda da imaginação de artistas). É muito fácil distinguir entre um crânio humano e um crânio de algum tipo de símio que existe atualmente, embora existam algumas semelhanças.
A abóbada craniana humana é muito grande, podendo acomodar o cérebro humano, que é muito maior do que os dos símios. Mesmo assim, o tamanho do cérebro de um adulto humano normal pode variar - os maiores podem ser até 3 vezes maiores que os menores. A variação de tamanho observado nos cérebros humanos não está ligada ao nível de inteligência. Os cérebros de símios adultos normalmente são menores que os mais diminutos cérebros humanos, e é claro que não há comparação entre os dois em termos de inteligência.
Talvez a melhor maneira de distinguir entre um crânio símio e um crânio humano é vê-los de lado. Quando é visto de lado, o rosto humano é quase vertical, enquanto o rosto símio apresenta uma inclinação mais acentuada entre a região superior e o queixo.
Numa vista lateral, a órbita ossuda dos olhos dos símios é ocultada pelo seu rosto superior largo e plano. Em comparação, uma vista lateral do rosto e fronte humano revela uma forma mais curva que deixa ver claramente a órbita do olho.
Outra característica distintiva do crânio humano é o osso do nariz (onde repousam os óculos). Os símios não têm ossos nasais salientes; por isso seria muito difícil para eles usar óculos.
A evidência que os paleoantropólogos procuram com mais avidez nos fósseis de hominídeos é qualquer característica anatómica que sugira que a criatura era bípede (capaz de andar sobre duas pernas). Uma vez que os humanos andam sobre duas pernas, os evolucionistas consideram qualquer evidência dessa característica nos fósseis símios como uma evidência de que são os antepassados dos humanos modernos. No entanto, precisamos estar cientes de que a forma como os símios andam sobre duas pernas é totalmente diferente de como os homens andam sobre duas pernas. O andar peculiar dos humanos requer uma integração complexa de muitas características dos ossos e músculos do pélvis, pernas e pés. Portanto, os evolucionistas examinam minuciosamente qualquer fóssil símio que contenha ossos do pélvis, das coxas (fêmur) e pernas (tíbia e fíbula), e dos pés, a fim de detectar alguma característica anatômica que pareça sugerir que a criatura era bípede.
Eles estão particularmente interessados no ângulo criado entre o fêmur e a tíbia onde eles se encontram no joelho (conhecido como o ângulo de carregamento). Os humanos são capazes de manter seu peso sobre os pés enquanto andam porque os fêmures convergem na região dos joelhos, formando com a tíbia um ângulo de carregamento de aproximadamente nove graus. Em comparação, os chimpanzés e gorilas têm pernas retas com um alto grau de separação e cujo ângulo de carregamento é de quase zero grau. Quando andam, esses animais precisam balançar o corpo de um lado para o outro para conseguirem manter seu peso sobre os pés, resultando no andar característico que relacionamos com os símios.
Os evolucionistas pressupõem que aqueles símios fossilizados que tinham um ângulo de carregamento alto (parecido com o dos humanos) eram bípedes e que, portanto, evoluíram em homens. Uma das observações principais usadas como evidência para afirmar que certos tipos de australopitecíneos (criaturas semelhantes aos símios) são os nossos antepassados é o fato de eles apresentarem um elevado ângulo de carregamento. No entanto, os humanos não são as únicas criaturas com elevados ângulos de carregamento; ângulos elevados também são observados em alguns símios modernos que andam graciosamente entre as árvores, mas de forma desajeitada no chão.
O orangotango e macaco-aranha são dois exemplos de símios atualmente vivos que apresentam elevados ângulos de carregamento (parecidos com os dos humanos); ambos são excelentes escaladores de árvores, mas no chão só são capazes de um andar desajeitado, parecido com o dos outros símios. O que é importante notar aqui é a existência de símios arborícolas vivos que apresentam algumas das mesmas características anatômicas consideradas pelos evolucionistas como evidência contundente de seres bípedes, mas nenhum desses animais tem um andar parecido com o andar humano, e ninguém afirma que eles são nossos antepassados ou descendentes.
O pé humano é singular, e sua aparência e função são totalmente diferentes daquelas de um pé símio. O dedo grande do pé está alinhado com o resto do pé, não saliente, como o dedo grande dos símios. No pé humano, os ossos dos dedos são relativamente retos, e não curvos, sendo incapazes de agarrar como os dedos do pé símio.
No andar humano, a primeira parte do pé que faz contato com o chão é o calcanhar; em seguida, o peso é distribuído entre o calcanhar e a base do dedo pequeno através da borda exterior do pé. A partir daí, ele é distribuído para dentro através da base dos dedos, e termina com um empurrão dado pelo dedo grande. Nenhum pé de símio é capaz de dar esse tipo de empurrão; portanto nenhum símio é capaz de imitar o nosso andar distintivo ou deixar pegadas parecidas com as humanas.
O pélvis (os ossos da bacia) desempenha uma função fundamental no ato de andar, e o andar característico dos humanos requer um pélvis nitidamente diferente daquele dos símios. Aliás, basta examinar o pélvis para determinar se um símio tem a capacidade de andar como um homem.
A parte da bacia que sentimos imediatamente debaixo do cinto se chama crista ilíaca. Quando vistas de cima, estas cristas têm uma forma que curva para a frente, como os lados de uma mancha de avião, enquanto as cristas ilíacas dos símios formam projeções laterais retas, como o guiador de um patinete. É simplesmente impossível que o andar de um animal com um pélvis símio seja parecido com o andar humano. Esta única característica é suficiente para distinguir entre símios e humanos.
Sabemos pelas Escrituras que Deus não criou homens-símios; dito isso, há somente três maneiras usadas pelos evolucionistas para criar um homem-símio:
Estas três maneiras formam a base de todas as tentativas por parte dos evolucionistas de usar homens símios para preencher o abismo intransponível que existe entre os homens e os símios.
O mais famoso exemplo de um homem-símio que foi mostrado ser uma combinação de ossos humanos e símios é o Homem de Piltdown. No ano de 1912, o médico e paleontólogo amador Charles Dawson descobriu uma mandíbula (maxilar) e um fragmento de crânio numa cascalheira perto de Piltdown, na Inglaterra. O maxilar tinha características símias, mas seus dentes apresentavam padrões de desgaste semelhantes àqueles dos humanos. Por outro lado, o crânio tinha um aspecto muito humano. Esses dois exemplares foram combinados para formar o que os cientistas chamaram de Dawn man (o Homem do Amanhecer), cuja idade estimada era de 500.000 anos.
No entanto, tudo resultou ser uma farsa muito sofisticada. O crânio era de fato humano (sua idade era de aproximadamente 500 anos), enquanto o maxilar pertencia a um orangotango fêmea cujos dentes tinham sido lixados até o padrão de desgaste parecer uma versão aproximada do padrão humano. Aliás, o grande dente canino do símio havia sido lixado tanto que a cavidade onde ficava a polpa tinha sido exposta e logo preenchida para disfarçar a artimanha. Seria lógico pensar que qualquer cientista competente teria concluído que a descoberta era uma farsa, ou que era evidência do primeiro tratamento de canal radicular da história! O fato de que essa farsa foi aceita durante mais de 50 anos, apesar de ser analisada por alguns dos melhores autoridades do mundo, levou o evolucionista humano Sir Solly Zuckerman a fazer a seguinte declaração: “É duvidoso que haja ciência alguma na busca da origem do homem nos fósseis”.1
Muitos homens-símios são nada mais que símios cujo status os evolucionistas têm tentado elevar a fim de preencher a lacuna que existe entre homem e símio. Nessa categoria estão incluídos todos os australopitecinos, assim como um grande número de símios extintos, como Ardipithecus, Orrorin, Sahelanthropus, e Kenyanthropus. Embora os crânios, pélvis, mãos e pés de todos esses fósseis sejam claramente símios, os australopitecinos (especialmente Australopithecus afarensis) com frequência aparecem em ilustrações com mãos e pés idênticos aos do homem moderno, uma postura vertical totalmente ereta e um andar humano.
O mais famoso exemplar de A. afarensis é o fóssil conhecido popularmente como “Lucy”. O manequim realista de “Lucy” que é parte da exibição Living World no zoológico de St. Louis mostra uma criatura fêmea cujo corpo é parecido com o corpo humano (com mãos e pés humanos), mas cuja cabeça é obviamente símia. O manequim, cuja altura é de aproximadamente 1 metro, aparece numa pose ereta e pensativa, com o dedo curvado da mão direita sob o queixo e os olhos contemplando o horizonte, como se estivesse refletindo sobre a mente de Newton.
Poucos daqueles que visitam a exibição sabem que esse manequim é uma grande deturpação do que realmente se sabe sobre o símio Australopithecus afarensis. Sabe-se que esses símios tinham braços compridos e pulsos desenhados especificamente para a nodopedalia. Tanto as mãos quanto os pés dessa criatura são claramente símios. Jack Stern e Randall Sussman2, ambos paleoantropólogos, informaram que as mãos dessa espécie são “surpreendentemente parecidos com as mãos encontradas na porção inferior de uma gama de símios que abrange o chimpanzé pigmeu até o chimpanzé comum”. Também dizem que, assim como as mãos, os pés são “compridos, curvos e muito musculosos”, muito semelhantes àqueles de primatas arborícolas. Os autores chegam à conclusão de que nenhum primata tem esse tipo de mãos e pés “para qualquer propósito que não seja satisfazer as necessidades de uma vida totalmente ou parcialmente arborícola (nas árvores)”.
Apesar da evidência em contrário, tanto os evolucionistas quanto os museus continuam a usar representações de Lucy (A. afarensis) que mostram pés quase humanos (embora alguns já estejam incluindo mãos com dedos compridos e curvos).
Numa tentativa de preencher a lacuna entre homens e símios, certos homens fossilizados têm sido declarados “semelhantes aos símios”, e portanto, antepassados do “homem” moderno. Poderíamos até dizer que essa tentativa procura transformar homens em “macacos”! Os fósseis humanos que são chamados “homens-símios” normalmente são classificados sob o gênero Homo (uma palavra que significa “homem”). Alguns exemplos são Homo erectus, Homo heidelbergensis e Homo neanderthalensis.
A história de como o homem neandertal foi rebaixado à categoria de homem-símio nos ensina muito sobre os métodos usados pelos evolucionistas.
Os mais famosos fósseis humanos são aqueles do Homem Cro-Magnon (cujas pinturas maravilhosas têm sido encontradas nas paredes de cavernas na França) e do Homem de Neandertal. Ambos são claramente humanos, e há muito tempo foram classificados como Homo sapiens. No entanto, nos últimos anos, o Homem de Neanderthal tem sido rebaixado, sendo hoje classificado como membro de outra espécie - Homo neanderthalensis. A história de como o homem neandertal foi rebaixado à categoria de homem-símio nos ensina muito sobre os métodos usados pelos evolucionistas.
O Homem de Neanderthal foi descoberto no ano 1856 por obreiros que faziam escavações na caverna calcária localizada no vale de Neander, perto da cidade alemã de Düsseldorf. Os ossos fossilizados foram examinados por um anatomista (o Professor Schaafhausen) que determinou que eram humanos.
Inicialmente, poucos prestaram atenção aos fósseis, mas com a publicação do livro A Origem das Espécies por Darwin em 1859, começou-se uma busca pelos supostos “antepassados símios” do homem. Os darwinianos defendiam que o homem neandertal foi uma criatura semelhante aos símios, enquanto muitos críticos da teoria de Darwin (como o notável anatomista Rudolph Virchow) defendiam que os neandertais eram humanos em todos os sentidos, alguns dos quais pareciam ter sofrido de raquitismo ou artritis.
Em total, mais de 300 exemplares de neandertais já foram encontrados espalhados pela maior parte do mundo em lugares como a Bélgica, China, a África Central e Setentrional, Iraque, a República Tcheca, Hungria, Grécia, a Europa Setentrional e o Oriente Médio. Essas pessoas tinham sobrancelhas salientes (como o povo aborígene no país atual da Austrália), uma fronte pouco elevada, um crânio estreito e alongado, uma maxilar superior saliente e uma forte maxilar inferior com um pequeno queixo. Esses indivíduos tinham peitos profundos, ossos grandes e um corpo muscular. Deve-se notar, no entanto, que nenhuma dessas características se encontra fora da faixa normal da anatomia humana. Uma observação curiosa que raramente é enfatizada é o fato de o tamanho cerebral do homem neandertal (com base na capacidade do crânio) ter sido maior que o do homem moderno.
A maioria das ideias errôneas sobre o homem neandertal são resultado das afirmações feitas pelo francês Marcelin Boule, que em 1908 examinou dois esqueletos neandertais que tinham sido encontrados na França (Le Moustier e La Chapelle-aux-Saints). Boule declarou que o homem neandertal era um ser bruto, mais diretamente ligado aos símios do que aos humanos, cuja capacidade intelectual e anatomia eram inferiores aos do homem. Também afirmou que os neandertais tinham uma postura inclinada e uma disposição de certas vértebras dorsais “semelhante à dos símios”; ele até afirmou que seus pés eram “adequados para agarrar” (como aqueles de gorilas e chimpanzés). Boole concluiu que o homem neandertal não era capaz de andar ereto, mas que teria caminhado de forma desajeitada. Essas opiniões muito tendenciosas e incorretas prevaleceram, e até foram ampliadas por muitos outros evolucionistas até meados da década de 1950.
Em 1957 os anatomistas William Straus e A.J. Cave examinaram um dos neandertais franceses (La Chapelle-aux-Saints) e concluiu que o indivíduo tinha sofrido de uma artrite severa (a mesma sugestão que Virchow fizera quase 100 anos antes) que teria prejudicado as vértebras, resultando numa postura inclinada. O queixo também se viu afetado. Essas observações são compatíveis com o clima da Era Glacial na qual os neandertais viviam. É possível que esses indivíduos tenham procurado se refugiar em cavernas, um ambiente que, junto com os efeitos de uma dieta inadequada e a falta de luz do sol, facilmente teria levado a doenças ósseas como o raquitismo.
Além dessa evidência anatômica, há uma evidência cultural cada vez maior de que os neandertais eram plenamente humanos. Eles enterravam os seus mortos e tinham complicadas costumes funerários nas quais o corpo era posicionado de forma cuidadosa e coberto com flores. Eles produziam uma variedade de ferramentas de pedra e trabalhavam com peles e couro; recentemente, uma flauta foi encontrada entre os restos mortais de um neandertal. Inclusive, há evidência de que os neandertais recebiam cuidados médicos. Alguns exemplares mostram evidência de eles terem sobrevivido até uma idade avançada apesar de apresentarem várias feridas, ossos quebrados, cegueira e doenças. Isso sugere que esses indivíduos receberam o cuidado e proteção de outros que lhes mostravam compaixão humana.
Mas apesar disso, ainda há esforços para, de alguma maneira, “desumanizar” o homem neandertal. No entanto, nenhum aspecto dos neandertais é de forma alguma inferior aos do homem moderno. Erik Trinkaus, uma das maiores autoridades em assuntos neandertais, chega à seguinte conclusão: “Comparações minuciosas feitas entre os restos mortais esqueléticos de neandertais e aqueles de humanos modernos têm mostrado que nenhum aspecto da anatomia neandertal sugere de forma conclusiva que suas habilidades locomotoras, manipulativas, intelectuais ou linguísticas eram inferiores às dos humanos modernos”.3
À luz de tudo isso, porque ainda existem esforços para transformar homens em símios e símios em homens? Uma das avaliações mais impressionantes, francas e sinceras da disciplina de paleoantropologia como um todo, junto com os seus métodos, foi feita pelo Dr. David Pilbeam (um conceituado professor de antropologia):
É possível que várias gerações de estudiosos da evolução humana, nas quais eu me incluo, tenham estado andando de um lado para o outro no escuro; que nossa base de dados é escassa demais, escorregadia demais, para moldar as nossas teorias. Mais propriamente, as teorias afirmam mais sobre nós mesmos e nossa ideologia do que sobre o passado. O campo de paleoantropologia revela mais sobre como os humanos pensam sobre si mesmos do que sobre como eles surgiram. Mas isso é heresia.4
Quem dera que essas palavras heréticas fossem impressas como advertência em cada livro de texto, artigo de jornal e estátua que pretende abordar o assunto das origens bestiais do homem!
Não, não somos descendentes dos símios. Pelo contrário, Deus criou o homem no Dia 6 para ser a jóia na coroa de Sua criação. Somos uma criação especial de Deus, feitos na Sua imagem com o propósito de glorificá-Lo. Quão grande seria a revolução na mentalidade evolucionista da nossa cultura se ela realmente entendesse essa verdade!
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