Novos Cálculos das Diferenças entre o ADN Humano e de Chimpanzés

Os Evolucionistas Não Percebem o Verdadeiro Tamanho da Lacuna Genética entre Humanos e Chimpanzés

de Dr. Nathaniel T. Jeanson em Maio 2, 2024
Também disponível em Español e English

Os humanos são menos evoluídos que os símios? Um artigo publicado recentemente parece afirmar que a resposta é “sim”:

Os humanos gostam de pensar que, devido à sua complexidade, estão situados entre os ramos mais altos da árvore evolutiva. No entanto, é possível que o nosso sucesso realmente se deva à perda de uma porção do nosso ADN. Os geneticistas . . . têm calculado que já perdemos 40,7 milhões de pares de base desde que os primeiros humanos se divergiram do antepassado que compartilhamos com os chimpanzés, os nossos parentes vivos mais próximos.1

Essa pesquisa genética recente2 é uma de muitas pesquisas aprofundadas que se têm feito sobre o código genético humano. Como qualquer língua escrita, o código de ADN humano está baseado em quatro “letras” químicas (A, T, G, e C) que podem ser organizadas em diversas configurações para transmitir dados biológicos relevantes. A sequência linear dessas letras contém aproximadamente 3 bilhões de caracteres; em 2001, os cientistas pela primeira vez elucidaram muito sobre a sequência desses caracteres.3 Muitos estudos realizados desde então têm procurado catalogar as variações que aparecem nesses 3 bilhões de caracteres ao serem comparadas as diferentes populações étnicas do mundo inteiro.4

Em geral, cada grupo étnico apresenta variações em aproximadamente 2-4 milhões de letras de ADN individuais quando comparado com o ADN de outro grupo, o que representa aproximadamente 0,1% da sequência humana inteira (o genoma). A pesquisa recente mencionada acima procurou quantificar as variações de trechos inteiros em vez de letras individuais. Por exemplo, se quiséssemos comparar duas edições diferentes do mesmo livro, poderíamos alinhar os dois textos, palavra por palavra, e contar o número de variações ortográficas. Outra opção seria compará-los frase por frase ou trecho por trecho para determinar o número de palavras ou frases inteiras que foram adicionadas ou retiradas da edição mais recente. Esta última analogia descreve o processo usado na pesquisa genética recente mencionada acima.

Infelizmente, em vez de se limitar a fazer uma análise das variações genéticas nos humanos, esses autores procuraram interpretar essas diferenças genéticas à luz da suposta evolução humana a partir de primatas. Com esse objetivo, eles analisaram as sequências de ADN de chimpanzés e orangotangos, procurando trechos de ADN que ao mesmo tempo (1) são compartilhados entre chimpanzés e orangotangos e (2) estão ausentes da sequência de ADN humana. Seguindo essa metodologia, os autores afirmam ter descoberto que os humanos perderam 40,7 milhões de letras de ADN ao longo do processo de sua evolução a partir do antepassado compartilhado pelos humanos e os grandes símios.

Quando vista de uma perspectiva bíblica, sua conclusão é claramente errada. A história clara e fatual registrada em Gênesis 1 deixa claro que Deus criou o homem à Sua imagem de maneira sobrenatural (Gênesis 1:26-28). Deus não criou o homem à imagem dos animais através de um lento processo de evolução que remonta a um suposto antepassado compartilhado com os símios.

Mas o que talvez seja surpreendente para muitos é que a conclusão desses autores também é errada do ponto de vista científico. A conclusão dos autores sobre essa “perda” de ADN se apoia na pressuposição de que os humanos originalmente compartilhavam uma sequência genética com os símios. No entanto, os dados genéticos reais revelam uma lacuna muito maior entre humanos e símios.

Ao contrário da afirmação popular de que há uma variação de apenas 1-2% entre os humanos e chimpanzés, a diferença genética se torna muito maior quando alinhamos as bilhões de letras individuais de ambas espécies. Um cuidadoso recálculo dos números apresentados no artigo original que descreve a elucidação inicial da sequência de ADN dos chimpanzés sugere que somente cerca de 89% das sequências das duas espécies são idênticas.5 Uma nova análise independente, feita com base numa amostra dos dados brutos, concordou com essa avaliação.6

Em termos práticos, o fato de os humanos e os chimpanzés serem 89% idênticos (ou seja, apresentarem uma diferença de 11%) representa uma lacuna genética enorme. Um simples cálculo nos mostra que 11% de 3 bilhões é 330 milhões de variações. Portanto, uma resposta mais correta à questão da semelhança genética entre humanos e chimpanzés é que 330 milhões de letras de ADN nos separam dos nossos supostos primos evolucionários. Essas diferenças não foram “perdidas” ao longo do processo de evolução. A grande maioria delas provavelmente já estavam presentes desde a criação!

Em resumo, um artigo secular foi publicado recentemente mostrando que homens e símios são geneticamente diferentes - mas não pelas razões cogitadas pelos autores. Os humanos não “perderam” 40,7 pares de base de ADN ao longo de sua descendência de um mesmo antepassado símio, e esse fato pode ser comprovado cientificamente. O número das diferenças que nos separam dos primatas não é 41 milhões. São centenas de milhões de diferenças genéticas - uma diferença intransponível para a evolução!

Footnotes

  1. Richard Gray, “Humans Lost DNA as They Evolved: Early Species Had the Equivalent of Thousands More Genes Than We Do Now,” Daily Mail, 7 de agosto de 2015, http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-3187857/Humans-LOST-DNA-evolved-Early-species-equivalent-thousands-genes-now.html.
  2. P.H. Sudmant et al., “Global Diversity, Population Stratification, and Selection of Human Copy Number Variation” Science 349, no. 6253 (2015), doi:10.1126/science.aab3761.
  3. International Human Genome Sequencing Consortium et al., “Initial Sequencing and Analysis of the Human Genome,” Nature 409 (2001): 860–921, doi:10.1038/35057062; J.C. Venter et al., “The Sequence of the Human Genome,” Science 291, no. 5507 (2001): 1304–1351, doi: 10.1126/science.1058040.
  4. Veja, por exemplo: The 1000 Genomes Project Consortium et al. “An Integrated Map of Genetic Variation from 1,092 Human Genomes,” Nature 491 (2012): 56–65, doi:10.1038/nature11632.
  5. Dados informados no artigo original sobre o sequenciamento de genoma de chimpanzés: “Best reciprocal nucleotide-level alignments of the chimpanzee and human genomes cover, 2.4 gigabases (Gb) of high-quality sequence” (The Chimpanzee Sequencing and Analysis Consortium et al., “Initial Sequence of the Chimpanzee Genome and Comparison with the Human Genome,” Nature 437 (2005): 69–87, doi:10.1038/nature04072). Uma vez que os autores realizaram o sequenciamento de um total de 2,7 bilhão de letras d ADN, sugere-se que ao comparar o genoma humano com o de chimpanzés, houve correspondência entre apenas 2,4 bilhões de letras, o que deixa 0,3 bilhões (2.7–2.4) de letras sem correspondência. Uma diferença de 0,3 bilhões de letras representa 11% do total de 2,7 bilhões.
  6. Tomkins, “Genome-Wide DNA Alignment Similarity (Identity) for 40,000 Chimpanzee DNA Sequences Queried against the Human Genome is 86–89%,” Answers Research Journal 4 (2011): 233–241, https://answersingenesis.org/genetics/dna-similarities/genome-wide-dna-alignment-similarity-identity-for-40000-chimpanzees/.

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