Em dezembro, muitos cristãos celebram um feriado chamado Natali[1]. Durante esta época, há uma ênfase particular em um evento que ocorreu cerca de dois mil anos atrás na aldeia de Belém, na Judéia que hoje se chama Israel.
Natal comemora o nascimento de um bebê—um evento relatado na Bíblia em passagens como Lucas 2:1–20 e profetizado no Velho Testamento em passagens como Isaías 7:14. O nome dado a este bebê foi Jesus.
Durante o Natal, muitas igrejas exibem cenas do presépio. Estas exibições mostram o récem-nascido Jesus em um estábulo, rodeado de vários animais, pastores, Maria e José. Estas cenas do presépio tradicionalmente também são exibidas em lugares públicos (Shopping Centers, escolas públicas, parques, etc.) em muito do nosso mundo ocidental.
Também no Natal, as pessoas cantam músicas especiais. As palavras de muitas destas músicas delineiam os eventos acontecidos por ocasião do nascimento de Jesus.
Por causa da influência do cristianismo e o nascimento do bebê Jesus, a História [mundial] é dividida em duas partes básicas—dC (“Depois de Cristo”) e aC (“Antes de Cristo”). O fato dos calendários ocidentais contarem os anos a partir desta época é evidência de que este evento foi muito significante, até mesmo sem considerar o aspecto religioso.
Em grande parte do mundo ocidental hoje, as cenas do presépio não são mais exibidas em lugares públicos. Tais exibições agora são banidas de muitos parques e escolas públicas.
Apesar dos hinos natalinos no passado serem cantados em público (por exemplo: nas escolas públicas), atualmente estes hinos são muitas vezes substituídos por outros que não mencionam nada sobre Jesus e Seu nascimento.
Além disto, mais e mais pessoas agora estão marcando seus calendários com AEC (Antes da Era Comum) e EC (Era Comum), ao invés de “antes de Cristo” e “depois de Cristo”. A contagem dos anos é a mesma, mas o nome de Cristo foi retirado.
Nas escolas públicas dos Estados Unidos, professores e alunos estão sendo pressionados ou até exigidos, por diretores e advogados temerosos de sofrerem ação judicial, a usar frases como “Feliz Feriado” ao invés de “Feliz Natal”.
Muitas propagandas durante o Natal agora deletam o “Cristo” do Natal.
Por que o nascimento do bebê Jesus foi considerado tão significante, em primeiro lugar? E por que o Natal está sendo visto tão diferentemente hoje? O que aconteceu para que esse evento que tanto influenciou o mundo moderno fosse gradualmente apagado do pensamento das pessoas?
Para entender o significado do nascimento deste bebê, temos que compreender a história nos trouxe até este evento. A única compilação de livros, no mundo, que dá a história detalhada que nos permite compreender completamente este significado é a Bíblia.
Mais de três mil vezes a Bíblia reivindica ser a Palavra revelada do Deus que criou o universo e todo ser vivente, e que Se manifestou ao homem. Se este livro realmente é a Palavra de Deus, então deve explicar o significado do universo e da vida—e de fato o faz. Não somente isto, mas a ciência, através da observação, continua a ratificar a história bíblica como verídica. (Veja na contracapa deste livreto uma lista de outros livretos em nossa série, sobre a exatidão e autoridade da Bíblia.)
Gênesis (que basicamente significa “origens”), o primeiro livro da Biblia, relata a origem da vida e do universo. Fala da origem da matéria, da luz, da terra, do sol, da lua, das estrelas, das plantas, dos animais, do ser humano, do casamento, da roupa, da morte, das línguas, das nações e assim por diante.
Em Gênesis 1:27 e 2:7, lemos sobre a criação do primeiro homem chamado “Adão.” Interessantemente, em 1 Coríntios 15:45, o bebê nascido em Belém é chamado “o último Adão.” Para entender a razão deste “último Adão,” você tem que entender o que aconteceu com o “primeiro Adão.”
A Bíblia registra que no sexto dia da criação, Deus fez o primeiro homem e a primeira mulher:
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Gênesis 1:27
Lemos mais sobre os detalhes da criação do primeiro homem em 2:7;
Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.
Mais tarde, Gênesis 2:21-23 nos ensina que Deus criou a primeira mulher da costela do primeiro Adão. Diversas outras passagens da Bíblia nos informam que todos os seres humanos existentes descendem destas duas pessoas (Gênesis 3:20, Atos 17:26, etc.). Portanto, todos os seres humanos hoje são parentes uns dos outros, porque temos os mesmos primeiros antepassados.
Quando Deus criou Adão, Ele não o fez para ser um fantoche. Adão tinha a capacidade de escolher e fazer decisões. Deus deu a Adão uma instrução a obedecer em Gênesis 2.
Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gênesis 2:15–17)
Adão, porém, escolheu desobedecer a Deus comendo do fruto da única árvore que Deus o havia proibido comer (Gênesis 3:6)
Porque Adão foi o primeiro, ou “cabeça” da raça humana e todos os seres humanos vieram deste primeiro homem, o que Adão fez afetou toda a humanidade. Quando Adão desobedeceu às instruções de seu Criador (resultando na “queda” de seu estado de perfeição), esta desobediência foi o primeiro pecado. E como Deus havia advertido, a punição pelo pecado de Adão foi a morte—não só para Adão, mas para todos os seus descendentes também (inclusive você e eu):
Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. (Romanos 5:12)
Por que somos castigados pelo que Adão fez? Como cabeça da raça humana, Adão representava cada um de nós, e, porque todos nós descendemos de Adão, herdamos sua natureza. Ele pecou (desobedeceu a Deus), então nós pecamos (desobedecemos a Deus). Se qualquer de nós tivesse enfrentado a mesma decisão de comer ou não da árvore proibida ao invés de Adão, o resultado teria sido o mesmo.
Depois que Adão e Eva pecaram, Gênesis 3:7 diz que “percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.”
Ao fazer “cintas” de folhas de figueiras, não só perceberam que não tinham roupas externas—também reconheceram que estavam destituídos de justiça. Tinham perdido a inocência. Adão e Eva já não eram mais perfeitos, mas agora eram criaturas contaminadas no coração e na carne. Estavam nus perante a justiça da lei de Deus, e as folhas de figueira eram meras tentativas para cobrir aquilo que tinham feito.
Porém, nenhum homem ou mulher pode esconder seu pecado dos olhos do santo Deus por qualquer esforço próprio. Deus nos vê em toda a nossa nudez e conhece nossos corações impuros, pecaminosos e rebeldes.
A Bíblia nos diz que nossos esforços em nos cobrir (nossas obras de “justiça”) são apenas “trapos de imundícia” ao Criador (Isaías 64:6). Nenhuma cerimônia, ritual ou esforço em observar a lei pode alterar isto. Nossas obras não podem retirar nosso pecado porque nossos corações são impuros (Jeremias 17:9). Não podemos nos apresentar de maneira aceitável perante um Deus santo e puro, por causa da horrível imperfeição de nossa própria natureza—como as “cintas” de folhas de figueira de Adão e Eva não puderam ajudá-los.
Enfim, como podemos ser reconciliados com um Deus santo? Esta é uma pergunta importante, já que somos feitos à imagem de Deus (Gênesis 1:27), e por isso, apesar de nosso corpo morrer por causa do pecado, nossa alma (o “ser de verdade” que habita dentro do nosso corpo) vive para sempre. Como pecadores, não podemos viver com um Deus santo e justo, nem podemos alcançar o céu por nossos próprios esforços—ficaríamos separados de Deus para sempre e viveríamos em nosso estado maligno e pecaminoso por toda a eternidade. Que existência horrível seria! Como o apóstolo Paulo diz em Romanos 7:24: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”
Em Gênesis 3:15, Deus fez uma declaração que realmente resume a mensagem da Bíblia inteira e que trouxe a esperança a Adão e Eva e sua descendência (nós!) —a esperança de que havia um meio para ser salvo de todos os efeitos do pecado. Esta declaração resume tudo o que o bebê de Belém representa; de fato, é o significado completo do “Natal”:
Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente (no hebraico, literalmente “semente”). Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
O que isto realmente significa?
Gênesis 22:18 nos dá maiores detalhes sobre a identidade do prometido “Descendente” da mulher que ferirá a cabeça da serpente:
Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua descendência (a mesma palavra hebraica para “semente” usada em Gênesis 3:15) serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz.
Paulo esclarece ainda mais em Gálatas 3:16:
Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente (aqui no Novo Testamento, a palavra grega é “sperma”, que também significa “semente”). Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo. [ênfase acrescentada em negrito]
Em Gálatas 3:16, Paulo, sob a direção do Espírito Santo, explica que a intenção de Deus em Gênesis 22:18 era falar de Jesus, o “descendente” [singular]. Vemos aqui a precisão e infalibilidade das Escrituras, até na distinção entre palavras singulares e plurais.
As palavras “seu descendente” realmente são uma profecia acerca d’Aquele que, gerado pelo próprio Deus, nasceria de uma mulher (realmente uma “virgem”): o bebê que nasceu em Belém—o último Adão.
Para seres humanos falíveis como nós, é um grande mistério que o Deus Criador (Colossenses 1:16) tenha se tornado carne (João 1:14) para que, como Homem perfeito, Ele pudesse se tornar “pecado por nós” (2 Coríntios 5:21), morrendo na cruz para sofrer o castigo do pecado (o significado de “ferirá seu calcanhar”). Mas, porque Ele é o Criador infinito, tem todo o poder, e por isso, ressuscitou dos mortos, derrotando a maldição.
“Ferir a cabeça da serpente” refere-se ao golpe mortal que Satanás sofreu através da vitória de Cristo sobre ele no Calvário. Ele é um inimigo derrotado. Seus esforços agora são como os grupinhos isolados de soldados japoneses da Segunda Guerra Mundial, que, mesmo depois da rendição em agosto de 1945, continuaram lutando. Eles ainda podiam fazer vítimas e causar muito dano, mas nunca poderiam vencer a guerra.
Jesus veio para eliminar o pecado e derrotar o poder da morte.
Deus ilustrou o que precisava ser feito com Adão e Eva com um ato em particular. Em Gênesis 3:21 lemos:
Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.
Deus matou pelo menos um animal—o primeiro sacrifício de sangue—a fim de prover as vestimentas que serviriam para cobrir seus pecados. Era um retrato de Jesus, que viria como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29).
Somente a vestimenta provida por Deus é capaz de cobrir nossos “trapos de imundícia.” A justiça que permite um pecador chegar diante de Deus como justo aos Seus olhos, vem do próprio Deus (1 Coríntios 1:30). Não podemos confiar em nossas boas obras (nossas cintas de “folhas de figueira”) nem em sacramentos (como a eucaristia ou o batismo) a fim de chegarmos diante de Deus como justos. Somente o nosso Criador pode fazer-nos puros diante dos Seus olhos.
Então, se somente Deus é capaz de vestir-nos com Sua justiça, como podemos obter esta vestimenta?
A Bíblia deixa muito claro em Romanos 10:9:
Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Quando reconhecemos que somos pecadores diante de Deus, arrependemo-nos de nossos pecados e confessamos o Senhor Jesus, reconhecendo que Ele morreu e ressuscitou dentre os mortos, recebemos o presente gratuito da salvação de nosso Criador e passaremos a eternidade com Ele.
O primeiro Adão foi o pai da humanidade e dotou todos os seus descendentes de pecado e morte (Romanos 5:12). O último Adão, Jesus Cristo, o bebê de Belém, dá “vida” e “luz” a todos, e dá vida eterna àqueles que O recebem e crêem no Seu nome—dando-lhes o “poder de serem feitos filhos de Deus” (João 1:12).
O primeiro Adão sofreu o julgamento de Deus. Ele eventualmente morreu e seu corpo voltou ao pó. Por causa de seu pecado, a morte veio sobre toda a humanidade, “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23).
O último Adão, Jesus Cristo, também sofreu o julgamento de Deus—não por Seu próprio pecado (Ele viveu uma vida perfeita), mas pelos pecados da humanidade. Ele morreu na cruz para pagar pelo pecado (Isaías 53:5; 1 Pedro 3:18; Hebreus 2:9). Mas, não permaneceu morto, nem Seu corpo sofreu “corrupção” (Atos 2:27; 13:35-37). Ao terceiro dia, Ele ressuscitou, derrotando o diabo e o poder da morte, transmitindo a todas as pessoas que crêem nEle (Hebreus 2:14) esta ressurreição e vitória dentre os mortos (1 Coríntios 15:22-23).
Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.
Esta é a mensagem do bebê nascido em Belém. Começa com a criação de um mundo perfeito, e então—por causa de nosso pecado em Adão—nos conduz à nossa necessidade de um Salvador. Esta é a razão pela qual Jesus entrou na história humana para tornar-Se carne 2.000 anos atrás.
No mundo inteiro, gerações de jovens estão sendo educadas em escolas, universidades e através da mídia com idéias evolucionárias sobre nossa origem.
Infelizmente, estão passando por uma lavagem cerebral, a fim de acreditarem que a história de Gênesis sobre o primeiro Adão e a entrada do pecado no mundo não é verdadeira. Logicamente então, passam a rejeitar a verdade do último Adão, Jesus Cristo.
Se a história em Gênesis sobre nossa origem não é verdadeira e, portanto, o nascimento de Jesus é insignificante, então por que permitiriam cenas do presépio nas escolas ou lugares públicos? Por que os alunos cantariam hinos natalinos sobre eventos insignificantes?
O desgaste sofrido pelo cristianismo na sociedade está diretamente ligado ao ataque à história de Gênesis e à crescente endoutrinação numa história falsa que tem permeado a cultura: que o homem é o resultado de milhões de anos de processos evolucionários.
O evento que os cristãos celebram de maneira especial no Natal é a mensagem de esperança a todo o povo, independentemente da data em que é celebrado.
A mensagem dos dois Adãos é a essência da vida. Porém se quisermos que as pessoas compreendam esta mensagem, é necessário que mostremos com clareza que a história de Gênesis é verdadeira, pois de outro modo, não compreenderão e nem escutarão aquilo que falamos sobre o bebê de Belém.
O alvo do ministério de Answers in Genesis (Respostas em Gênesis) é dar glória e honra a Deus como Criador, e reafirmar a verdade do relato bíblico da origem e história real do mundo e da humanidade.
Parte desta história real é a má notícia que a rebelião do primeiro homem, Adão, contra o mandamento de Deus, trouxe a este mundo morte, sofrimento e separação de Deus. Vemos os resultados disto ao nosso redor. Todos os descendentes de Adão são pecaminosos desde a concepção (Salmos 51:5) e têm, por vontade própria, entrado nesta rebelião (pecado). Por isso não podem viver com um Deus santo, mas estão condenados à separação de Deus. A Bíblia diz que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23) e por isso todos estão sujeitos à “...penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2 Tessalonicenses 1:9).
Mas a boa notícia é que Deus fez algo a este respeito. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16).
Jesus Cristo, o Criador, apesar de puro e sem pecado, sofreu, em nosso lugar, o castigo de nosso pecado, que é a morte e separação de Deus. Ele fez isto para satisfazer as justas exigências da santidade e justiça de Deus, Seu Pai. Jesus foi o sacrifício perfeito. Ele morreu na cruz, mas ao terceiro dia, ressuscitou, conquistando a morte. Fez isto para que todo aquele que nEle crê, se arrepende de seus pecados e confia nEle (em vez de em seu próprio mérito), possa voltar a Deus e viver por toda a eternidade com o seu Criador.
Portanto: “Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:18)
O bebê em Belém . . . que maravilhoso Salvador . . . e que maravilhosa salvação em Cristo nosso Criador!