A ciência pode ser estudada de forma neutra, sem se comprometer com qualquer visão de mundo? Dra. Geórgia Purdom, AIG nos EUA, explica.
Há alguns meses atrás eu recebi um panfleto de um currículo de ciências para educação familiar (no lar), chamado “Ciência real para crianças”. O folheto afirma que o currículo “é uma visão científica amigável do mundo . . . sem rodeios”.
Eu quis saber exatamente o que isso significava, então eu fui para o website do currículo e li o seguinte:
Para que a ciência seja “científica” ela não deve se comprometer com nenhuma visão de mundo, ideologia, perspectiva filosófica ou religiosa. Ciência e cientistas devem ser livres para seguir as evidências onde quer que elas os levem. Qualquer coisa fora isso não é ciência real.
Lembro-me de pensar algo muito semelhante doze anos atrás quando eu comecei a pesquisar o assunto “origens”. As provas me levariam para a verdade, pensei. Eu só precisava seguir.
Mas o que eu descobri em vez disso foi que, embora a própria ciência possa ser um exercício objetivo, os cientistas não são objetivos, especialmente na área da ciência histórica (evolução e criação). Pressuposições e preconceitos desempenham um papel definitivo na determinação de como os cientistas interpretam as evidências e as conclusões que tiram sobre o passado.
Há apenas uma fonte de verdade para o passado que diz respeito às origens do universo, terra e vida, e isso é o testemunho ocular que Deus nos deu no livro do Gênesis. Todo o resto é apenas opinião humana, imaginação e ideias; sujeitos ao pensamento falível.
À medida que eu via o currículo de ciência para crianças, notei uma mistura de ciência da observação (ou seja, a tecnologia que produz aviões, vacinas, e computadores) e ciência histórica. Por exemplo, a autora do currículo quer que os alunos explorem questões como: “Deus criou os seres humanos?” levantando questionamentos como: “Quem descobriu isso?”, “Quando foi descoberto?”, “Qual é a evidência?”
Estas questões não são diretamente aplicáveis pois a questão “Deus criou os seres humanos?” é ciência histórica, enquanto seus questionamentos se enquadram na categoria de ciência da observação.
Ambos criacionistas e evolucionistas se aproximam da ciência da observação de forma similar, tais como as leis da física ou as leis que regem a herança genética (meu campo de estudo). No entanto, quando se trata de como as leis da física e da herança genética vieram à existência no passado, as pressuposições dos cientistas governam suas interpretações e conclusões.
O currículo se concentra principalmente na ciência da observação, tais como átomos, células, animais, plantas, reações químicas, leis da física, planetas, estrelas, etc. Mas um olhar mais atento revela que não é uma “visão neutra do mundo”, de forma alguma. Por exemplo, o livro texto de biologia para o ensino fundamental, afirma o seguinte:
O reino animal, Animalia, inclui TODOS os animais: cães, gatos, sapos, ouriços do mar, abelhas, pássaros, cobras, água-viva, coelhos e até mesmo nós!
Essa não é uma linguagem neutra, de forma alguma. Veja a criação bíblica sustenta que a humanidade foi criada à imagem de Deus separados e distintos dos animais (Gênesis 1:26-27). Em vez disso, a linguagem é “amigável” para a evolução (e para o movimento do Design Inteligente, uma vez que muitos no movimento DI acreditam que os humanos evoluíram a partir de ancestrais semelhantes a macacos).
Não existe tal coisa como sendo “visão neutra do mundo”, porque essa crença em si é uma visão de mundo! Além disso, Jesus dissipou o mito da neutralidade quando Ele declarou: “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha” (Mateus 12:30).
Em uma tentativa de nos vender a ideia de que seu currículo é “neutro”, a autora afirma o seguinte:
Na minha opinião sempre que apresentamos a informação como “fato incontestável”, adentramos em “dogma”. Isso inclui ambos os “fatos” científicos e religiosos.
O que ela quer dizer com “fatos” religiosos? Será que isso inclui o nascimento virginal e a ressurreição de Jesus Cristo? Porventura não são considerados fatos incontestáveis e, portanto, não dogma? Se estes eventos no Novo Testamento não aconteceram, eles “badalaram o sino da morte para o cristianismo” (1 Coríntios 15:14). Não afirmar a autoridade da Bíblia, em Gênesis, e os milagres da criação registrados lá, é um terreno escorregadio para questionar sua autoridade como um todo.
Mamães e papais: Eu os desafio a avaliar cuidadosamente livros, DVDs e programas curriculares que seus filhos utilizam (incluindo materiais comprados em conferências de ensino familiar) e escolham os recursos que tem a Bíblia como sua autoridade final e que glorificam a Jesus como Criador.