Seis dias ou milhões de anos?

de Ken Ham em Novembro 18, 2009
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Porque é importante?

Se os Dias da Criação realmente significam ‘eras geológicas’ de milhões de anos, então a mensagem do Evangelho é pouco efectiva nas suas bases porque coloca morte, doença, espinhos e sofrimento antes da Queda. Esta ideia também mostra uma abordagem errónea das Escrituras – que a Palavra de Deus pode ser interpretada com base em teorias falíveis de pessoas pecadoras.

É um bom exercício ler Génesis 1 e tentar colocar de lado influências exteriores que nos podem ter causado uma ideia predeterminada do que a palavra ‘dia’ possa querer dizer. Deixa que somente as palavras da passagem falem contigo.

Se lermos Génesis 1 desta forma, literalmente, sem dúvida vamos verificar que Deus criou o universo, a Terra, o sol, a lua e as estrelas, plantas e animais e as duas primeiras pessoas em seis dias comuns. Para seres realmente honesto, terias de admitir que não podes ter uma ideia de milhões de anos ao ler esta passagem.

A maioria dos Cristãos (incluindo muitos líderes Cristãos) no mundo Ocidental, contudo, ou não insistem em que os Dias da Criação foram dias de duração normal ou aceitam que devem ter sido longos períodos de tempo – mesmo milhões ou biliões de anos.

Como é que Deus comunica connosco?

Deus comunica através da linguagem. Quando Ele fez o primeiro homem, Adão, Ele já o tinha ‘programado’ com uma linguagem, para que houvesse comunicação. A linguagem humana consiste em palavras num contexto específico que se relacionam com a realidade global à nossa volta.

Portanto, Deus pode revelar coisas ao homem e o homem pode comunicar com Deus, porque essas palavras têm significado e transmitem uma mensagem perceptível. Se isto não fosse assim, como poderíamos comunicar uns com os outros, ou com Deus, ou Deus connosco?

Porquê ‘dias longos’?

Romanos 3:4 declara: “Sempre seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso.”

Sempre que alguém não aceita os ‘dias’ da Criação como sendo dias comuns, é porque não permitiu que as palavras das Escrituras lhe falem dentro do contexto, como é necessário para que haja comunicação. Eles foram influenciados por ideias de fora das Escrituras. Portanto, abriram um precedente que poderia permitir que cada palavra fosse reinterpretada pelas ideias preconcebidas da pessoa que a estava a ler. Isto leva a uma quebra na comunicação, pois as mesmas palavras no mesmo contexto podem significar coisas diferentes para pessoas diferentes.

Os pais da igreja.

A maior parte dos ‘pais da igreja’ aceitaram os dias da criação como dias normais.1 É verdade que alguns não ensinaram dessa forma os ‘dias’ da Criação – mas muitos deles tinham sido influenciados pela filosofia grega, que os levou a interpretarem os dias como alegóricos. Eles argumentaram que os ‘dias’ da Criação estavam relacionados com as actividades de Deus e como Deus é intemporal, isso significaria que os ‘dias’ não podiam ser relacionados com o tempo humano2. Em contraste com os alegorizadores actuais, não aceitavam que Deus tivesse demorado seis dias a criar o mundo.

Portanto, os ‘dias’ não literais resultaram de influências extra-Bíblicas (ou seja, influências de fora da Bíblia) e não das palavras da Bíblia!

Esta abordagem afectou até hoje a maneira como as pessoas interpretam as Escrituras. Mas, como disse o homem que iniciou a Reforma:

“Os Dias da Criação eram dias de duração normal. Devemos entender que estes dias eram dias reais, ao contrário da opinião dos Santos Pais. Quando verificamos que as opiniões dos Pais da Igreja discordam das Escrituras, nós reverentemente as temos em conta e reconhecemo-los como sendo os nossos inspiradores. No entanto, não devemos deixar de lado a autoridade das Escrituras por causa deles.”3

Os actuais líderes da igreja.

Hoje, muitos líderes cristãos não aceitam os Dias da Criação como dias de rotação terrestre normal. Contudo, quando investigamos os seus argumentos, vemos que a causa para isso são as influências exteriores às Escrituras (particularmente a crença num universo de biliões de anos).

Vezes sem conta, tais líderes admitem que Génesis 1, aceite de uma forma literal, parece falar de seis dias normais. Mas depois dizem que não pode ser, por causa da idade do universo, ou por causa de outra razão extra-Bíblica!

Considerem as seguintes citações de estudiosos bíblicos que são considerados conservadores, mas não aceitam os Dias da Criação como sendo dias de duração normal: “A partir de uma leitura superficial de Génesis 1, a impressão é que todo o processo criativo teve lugar em seis dias de vinte e quatro horas de duração… Isto parece ir contra a investigação científica moderna, que indica que o planeta Terra foi criado há vários biliões de anos.”4

“Nós mostrámos a possibilidade de Deus ter formado a Terra e toda a sua vida numa série de dias criativos que representam longos períodos. Na perspectiva da aparente idade da Terra, isto não é somente possível – é provável.5

É como se estes teólogos vissem a ‘natureza’ como o 67º livro da Bíblia e com muito mais autoridade que os 66 livros que a compõem. Considera as palavras de Charles Haddon Spurgeon em 1877:

“Irmãos, somos seriamente desafiados a deixar as crenças antigas dos nossos grandes pais por causa das supostas descobertas da ciência. O que é a ciência? O método pelo qual o homem tenta esconder a sua ignorância. Não deveria ser assim, mas é. Meus irmãos, não é suposto vocês serem dogmáticos em teologia, pois isso é perigoso; mas para os cientistas, isso é o que está correcto. Nunca devereis afirmar muito fortemente as vossas convicções; mas os cientistas podem afirmar ousadamente aquilo que não podem provar, e podem exigir uma fé muito mais crédula do que alguma que tenhamos. Na verdade, é suposto que nós tomemos as nossas Bíblias e formemos e moldemos as nossas crenças de acordo com os ensinamentos, sempre em mudança, do chamado homem científico. Que loucura! Porque é que a falsamente chamada marcha da ciência através do mundo pode ser traçada por falácias desacreditadas e teorias abandonadas? Exploradores anteriores, antes adorados são agora ridicularizados; o constante abandono de hipóteses falsas é uma matéria do conhecimento geral. Podes descobrir onde é que o aprendiz está pelos destroços deixados para trás de suposições e teorias tão cheios como garrafas partidas.”6

Aqueles que usam a ciência histórica (como é proposto por pessoas que ignoram a revelação escrita de Deus) para interpretar a Bíblia e para nos ensinar coisas acerca de Deus, estão a inverter a ordem das coisas. Porque somos criaturas falíveis e pecadoras, precisamos da Palavra escrita de Deus, iluminada pelo Espírito Santo, para entendermos adequadamente a história natural. O respeitado e metódico teólogo Berkhof disse:

“Desde a entrada do pecado no mundo, o homem só pode obter informação verdadeira acerca da revelação geral de Deus se a estudar à luz das Escrituras, nas quais os elementos da auto revelação original de Deus, que foram obscurecidos e pervertidos pelo pecado, são reeditados, corrigidos e interpretados… Algumas pessoas têm tendência para falar da revelação de Deus como uma segunda fonte; mas isto não é muito correcto pois a natureza só pode ser tida em consideração se for interpretada à luz das Escrituras.”7

Por outras palavras, os Cristãos devem formar o seu pensamento a partir da Bíblia e não da ‘ciência’.

Os ‘Dias’ de Génesis 1

O que é que a Bíblia nos diz acerca do significado de ‘dia’ em Génesis 1? Uma palavra pode ter mais de um significado, dependendo do contexto. Por exemplo, a palavra ‘dia’ em inglês pode ter cerca de 14 significados diferentes.

Para entender o significado da palavra ‘dia’ em Génesis 1, precisamos de determinar como a palavra hebraica para ‘dia´, yom, é usada no contexto das Escrituras. Considerem o seguinte:

  1. Uma concordância típica ilustrará que yom pode ter uma variedade de significados: um período de luz contrastando com a noite; um período de 24 horas; tempo; um ponto específico no tempo; ou um ano.
  2. Um respeitado dicionário clássico de Hebraico-Inglês8 tem sete definições e sub-definições para a palavra yom – mas define os Dias da Criação de Génesis 1 como dias comuns, sendo ‘dia definido pela tarde e manhã.’
  3. Um número e a frase ‘tarde e manhã’ são usados para cada um dos seis Dias da Criação (Gén. 1:5, 8, 13, 19, 23, 31).
  4. Fora de Génesis 1, yom é usado 410 vezes com um número e em cada vez significa um dia normal.9 Porque é que Génesis seria a excepção?10
  5. Fora de Génesis 1, yom é usado 23 vezes com a palavra ‘tarde’ ou ‘manhã’.11 ‘Tarde’ e ‘manhã’ aparecem associados, mas sem yom, 38 vezes. Todas as 61 vezes, o texto refere-se a um dia normal. Porque é que Génesis seria a excepção?12
  6. Em Génesis 1:5, yom ocorre associado com a palavra ‘noite’. Fora de Génesis 1, ‘noite’ é usada com yom 53 vezes – e de cada vez, significa um dia normal. Porque é que Génesis seria a excepção? Mesmo o uso da palavra ‘luz’ com yom nesta passagem determina o significado como sendo dia normal.13
  7. O plural de yom, que não aparece em Génesis 1, pode ser usado para comunicar um longo período de tempo, ex., ‘naqueles dias’.14 Acrescentar aqui um número seria absurdo. Claramente, em Êxodo 20:11, onde um número é usado com ‘dias’, refere-se obviamente a seis dias de rotação terrestre.
  8. Existem palavras no Hebraico bíblico (tais como olam ou qedem) que são muito adequadas para comunicar longos períodos de tempo, ou tempo indefinido, mas nenhuma destas palavras é usada em Génesis 115. Alternativamente, os dias ou anos poderiam ter sido comparados com grãos de areia se fossem para se referir intencionalmente a longos períodos.

O Dr. James Barr (Professor Régio de Hebraico da Universidade de Oxford), apesar de não acreditar que Génesis seja uma história verdadeira, admitiu no entanto, no que respeita à linguagem de Génesis 1 que:

“Ao que sei, não existe nenhum professor de Hebraico ou do Antigo Testamento em nenhuma universidade de nível mundial que não acredite que o escritor(es) de Génesis 1-11 tivesse a intenção de passar aos leitores a ideia de que: a) a criação teve lugar numa série de seis dias semelhantes aos dias de 24 horas que agora temos; b) os números contidos nas genealogias de Génesis fornecem por simples adição, uma cronologia desde o início do mundo até estágios mais tardios na história bíblica; c) o Dilúvio de Noé é apresentado como tendo sido mundial e tendo extinguido todos os seres humanos e toda a vida animal excepto aqueles que estavam na arca.”16

Da mesma maneira, o Professor liberal do século 19 Marcus Dods, do ‘New College” de Edimburgo, disse:

“Se, por exemplo, a palavra ‘dia’ nestes capítulos não significa um período de vinte e quatro horas, a interpretação das Escrituras não tem esperança.”17

Conclusão sobre ‘dia’ de Génesis 1.

Se estamos preparados para deixar as palavras da linguagem falarem-nos de acordo com o contexto e definições normais, sem estarmos influenciados por ideias exteriores, então a palavra para ‘dia’ vista em Génesis 1 – que é qualificada por um número, a frase ‘tarde e manhã’ e para o Dia 1, as palavras ‘luz e trevas’ - obviamente significa um dia comum (cerca de 24 horas).

Na altura de Martinho Lutero, alguns dos pais da igreja diziam que Deus criou tudo num único dia, ou num instante. Martinho Lutero escreveu:

“Quando Moisés escreve que Deus criou o Céu e a Terra e tudo o que estava nele em seis dias, então deixa que este período seja mesmo seis dias e não te aventures a fazer algum comentário a respeito dos seis dias serem considerados um. Mas, se não consegues entender como isto pode ter sido feito em seis dias, então dá ao Espírito Santo a honra de saber mais do que tu. Porque tu deves lidar com as Escrituras tendo em conta que é o próprio Deus quem diz o que nelas está escrito. Uma vez que é Deus quem está a falar, não é apropriado que queiras alterar a Sua Palavra da forma que desejas.”18

Similarmente, John Calvin declarou: “Embora a duração do mundo, agora a declinar para o seu fim, ainda não tenha alcançado seis mil anos… O trabalho de Deus não foi realizado num momento mas em seis dias.”19

Lutero e Calvin foram a espinha dorsal da Reforma Protestante a que chamavam a Igreja de volta às Escrituras – Sola Scriptura (Só as Escrituras). Ambos defendiam que Génesis 1 ensina que a Criação foi realizada em seis dias normais.

Porquê seis dias?

Êxodo 31:12 diz que Deus mandou Moisés dizer aos filhos de Israel:

“Trabalhar-se-á durante seis dias, mas no sétimo haverá descanso total consagrado ao Senhor. Quem trabalhar no dia de sábado será punido com a morte. Os filhos de Israel serão então fiéis ao sábado, guardando-o através de todas as suas gerações como um pacto imutável. Entre Mim e os filhos de Israel é um sinal externo, testemunho de que o Senhor fez os céus e a terra em seis dias e que no sétimo terminou a obra e descansou.” (Êxodo 31:15-17)

Depois Deus deu a Moisés duas tábuas de pedra onde estavam escritos os mandamentos de Deus, escritos pelo dedo de Deus (Êxodo 31:18).

Porque Deus é infinito em poder e sabedoria, não há dúvida de que Ele poderia ter criado o universo e tudo o que ele contém num instante, ou em seis segundos, ou seis minutos ou seis horas – afinal de contas, com Deus, nada é impossível (Lucas 1:37).

Para a questão: ‘Porque é que Deus demorou tanto tempo? Porquê seis dias?’ A resposta é também dada em Êxodo 20:11 e é a base do Quarto Mandamento: “Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo quanto contém, e descansou no sétimo; por isso o Senhor abençoou o dia de Sábado e santificou-o.”

A semana de sete dias não tem outra base a não ser as Escrituras. Nesta passagem do Antigo Testamento, Deus manda o Seu povo, Israel, trabalhar durante seis dias e descansar um – mostrando-nos assim porque razão Ele deliberadamente levou seis dias para criar tudo. Ele estabeleceu o exemplo para o homem. A nossa semana é moldada a partir deste princípio. Mas se Ele tivesse criado tudo em seis mil, ou seis milhões de anos, seguido de um descanso de mil anos ou um milhão de anos, então teríamos uma semana bem interessante!

Alguns dizem que Êxodo 20:11 é somente uma analogia no sentido de que o homem deve trabalhar e descansar – e não que significa seis dias comuns literais seguidos de um dia comum literal. Contudo, estudiosos bíblicos mostraram que este mandamento ‘não usa analogia ou pensamento arquétipo mas a sua ênfase é “declarada em termos da imitação de Deus ou um precedente divino que deve ser seguido”‘20 Por outras palavras, é mesmo para ser seis dias literais de trabalho, seguidos de um dia literal de descanso, tal como Deus trabalhou seis dias literais e descansou um.

Alguns argumentam que os ‘céus e a terra’ é somente a Terra e talvez o sistema solar, não o universo todo. Contudo, este versículo claramente diz que Deus fez tudo em seis dias – seis dias normais consecutivos, tal como o mandamento no versículo anterior para trabalhar durante seis dias normais consecutivos.

A frase ‘céu(s) e terra’ nas Escrituras é um exemplo de uma figura de estilo chamada de merismo, onde dois opostos são combinados num único conceito que abarca tudo, neste caso a totalidade da criação. Uma análise linguística das palavras ‘céu(s) e terra’ nas Escrituras mostra que se referem a toda a criação (o hebraico não tem uma palavra para ‘universo’). Por exemplo, em Génesis 14:19 Deus é chamado ‘Criador do céu e da terra’. Em Jeremias 23:24 Deus fala de si próprio como preenchendo o ‘céu e a terra’. Ver também Génesis 14:22; 2 Reis 19:15; 2 Crónicas 2:12; Salmos 115:15, 121:2, 124:8, 134:3, 146:6; e Isaías 37:16.

Portanto, não há forma de restringir Êxodo 20:11 à Terra e à sua atmosfera, ou só ao sistema solar. Assim, Êxodo 20:11 mostra que todo o universo foi criado em seis dias normais.

Implicação

Como os Dias da Criação são dias de duração normal, ao somar os anos que nos são dados nas Escrituras (assumindo que não há hiatos nas genealogias21), podemos concluir que a idade do universo é somente cerca de seis mil anos.22

REFUTANDO AS OBJECÇÕES CORRENTES AOS SEIS DIAS LITERAIS

Objecção 1

“A ‘ciência’ mostrou que a Terra e o universo têm biliões de anos; portanto, os ‘dias’ da Criação devem ser longos períodos (ou períodos indefinidos) de tempo”.

Resposta

  1. A idade da Terra, como é determinada pelos métodos falíveis do homem, é baseada em suposições não provadas. Portanto, não prova que a Terra tem biliões de anos.23
  2. Esta idade não provada está a ser usada para forçar uma interpretação da linguagem da Bíblia. Desta maneira, permite-se que as teorias falíveis do homem sejam usadas para interpretar a Bíblia. Isto debilita completamente o uso da linguagem para comunicar.
  3. Os cientistas evolucionistas alegam que as camadas fósseis por toda a superfície da Terra têm centenas de milhões de anos. Permitindo a idade de milhões de anos para as camadas de fósseis, tem que se aceitar a morte, o derramamento de sangue, doença, espinhos e sofrimento antes do pecado de Adão.

A Bíblia torna claro24 que a morte, derramamento de sangue, espinhos, doença e sofrimento são uma consequência do pecado25. Em Génesis 1:29-30, Deus deu a Adão, a Eva e aos animais, plantas para comer (isto é lendo Génesis como está escrito, como história literal, como Jesus fez em Mateus 19:3-6). De facto, existe uma distinção teológica feita entre animais e plantas. Os seres humanos e animais superiores são descritos em Génesis 1 como tendo uma nephesh, ou princípio de vida. (Isto é válido pelo menos para os animais terrestres vertebrados, assim como para os pássaros e peixes: Génesis 1:20, 24) As plantas não têm esta nephesh – elas não estão ‘vivas’ no mesmo sentido que os animais. Elas foram dadas para alimento.

Ao homem, foi permitido comer carne só depois do Dilúvio (Génesis 9:3) – isto também torna óbvio que as declarações de Génesis 1:29-30 tinham a intenção de nos informar que o homem e os animais eram vegetarianos no início. Génesis 9:2 fala-nos também acerca de uma mudança que Deus fez na maneira como os animais reagiam ao homem.

Deus avisou Adão em Génesis 2:17 que se ele comesse da ‘árvore do conhecimento do bem e do mal’, ele ‘morreria’. A gramática hebraica realmente diz, ‘morrer, morrerás’. Por outras palavras, seria o início de um processo de morte física. Também envolveu claramente morte espiritual (separação de Deus).

Depois de Adão desobedecer a Deus, o Senhor vestiu Adão e Eva com ‘casacos de pele’ (Génesis 3:21)26. Para fazer isto, Ele deve ter matado e derramado sangue de pelo menos um animal. A razão para isto pode ser resumida em Hebreus 9:22: “E quase tudo, segundo a Lei, é purificado com sangue; sem derramamento de sangue, não há remissão.”

Deus requer derramamento de sangue para remissão dos pecados. O que aconteceu no Jardim foi um símbolo do que estava para acontecer com Jesus Cristo, que derramou o Seu sangue na Cruz como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29).

Mas, se o Jardim do Éden estivesse assente sobre um registo fóssil de milhões de anos, isso mostraria que tinha havido derramamento de sangue antes do pecado. Isso destruiria a base da Expiação. A Bíblia é clara; o pecado de Adão trouxe morte e sofrimento ao mundo. Como Romanos 8:19-22 nos diz, toda a criação ‘geme’ por causa dos efeitos da queda de Adão, e a criação será libertada ‘da servidão da corrupção para participar livremente da glória dos filhos de Deus.’ (Rom. 8:21). Tem também em conta que os espinhos passaram a existir depois da Maldição. Uma vez que há espinhos no registo fóssil, este teve que ser formado depois de Adão e Eva terem pecado.

A sentença de pena de morte para Adão era uma maldição e uma bênção. Uma maldição porque a morte é horrível e lembra-nos continuamente de como o pecado é feio; e uma bênção porque significa que as consequências do pecado – separação da comunhão com Deus – não precisam de ser eternas. A morte fez com que Adão e os seus descendentes deixassem de viver num estado de pecado para sempre, com todas as consequências que isso traria. E porque a morte era a punição justa pelo pecado, Jesus Cristo sofreu uma morte física, derramando o Seu sangue, para libertar os descendentes de Adão das consequências do pecado. O Apóstolo Paulo fala disto em profundidade em Romanos 5 e 1 Coríntios 15.

Apocalipse 21-22 torna claro que um dia haverá um ‘novo céu e nova Terra’; onde não haverá mais morte nem maldição – tal como era antes do pecado mudar tudo. Se houver animais na nova Terra, obviamente que estes não irão morrer ou comer-se uns aos outros, nem comer as pessoas arrependidas!

Portanto, acrescentar milhões de anos às Escrituras destrói a base da mensagem da Cruz.

Objecção 2

De acordo com Génesis 1, o sol só foi criado no quarto Dia. Como poderia haver dia e noite (dias normais) sem o sol nos primeiros três dias?

Resposta

  1. Mais uma vez, é importante que deixemos a linguagem da palavra de Deus falar-nos. Se olharmos para Génesis 1 sem nenhuma influência exterior, como temos vindo a mostrar, cada um dos seis Dias da Criação aparece juntamente com a palavra hebraica yom ligada a um número e à frase ‘tarde e manhã’. Os primeiros três dias são escritos da mesma forma que os três dias seguintes. Então, se deixarmos a linguagem falar-nos – todos os seis dias eram normais dias terrestres.
  2. O sol não é necessário para o dia e a noite! O que é preciso é luz e uma Terra que rode. No primeiro dia da Criação, Deus fez a luz (Génesis 1:3). A frase ‘tarde e manhã’ certamente implica uma Terra em rotação. Portanto, se tivermos luz de uma determinada direcção e uma Terra a rodar, pode haver dia e noite.

De onde é que a luz veio? Não nos é dito27, mas Génesis 1:3 indica certamente que foi criada uma luz para providenciar dia e noite até que Deus fizesse o sol no quarto Dia para reger o dia que Ele criou. Apocalipse 21:23 diz-nos que um dia o sol já não será necessário, pois a glória do Senhor iluminará a cidade de Deus.

Talvez uma razão para Deus o fazer desta maneira, tenha sido para mostrar que o sol não tem na criação a proeminência que as pessoas tendem a dar-lhe. O sol não fez nascer a Terra como as teorias evolucionistas postulam; o sol foi a ferramenta de Deus para reger o dia que Deus fez (Génesis 1:16).

Através dos tempos, pessoas como os Egípcios, adoraram o sol. Deus avisou os Israelitas, em Deuterónomio 4:19, para não adorarem o sol como faziam as culturas pagãs à volta deles. Deus mandou-lhes que adorassem o Deus que fez o sol – não o sol que foi feito por Deus.

As teorias evolucionistas (a hipótese do ‘big bang’ por exemplo) declaram que o sol surgiu antes da Terra e que a energia do sol sobre a Terra, acabou por dar lugar à vida. Tal como nas crenças pagãs, o crédito pela maravilha da criação é dado ao sol.

É interessante comparar as especulações da cosmologia moderna com os escritos de Teófilo, um dos pais da igreja primitiva:

“No quarto dia, as luminárias surgiram. Dado que Deus tem conhecimento prévio de tudo, ele entendeu o absurdo dos insensatos filósofos que iriam dizer que as coisas produzidas na Terra surgiram das estrelas, para puderem pôr Deus de lado. Para que a verdade fosse demonstrada, as plantas e as sementes foram criadas antes das estrelas. Porque o que surge mais tarde, não pode causar o que é anterior a ele.”28

Objecção 3

2 Pedro 3:8 declara que ‘um dia é para o Senhor como mil anos’, portanto os dias da Criação poderiam ser longos períodos de tempo.

Resposta

  1. Esta passagem não está relacionada com a Criação – não está a referir-se a Génesis ou aos seis Dias da Criação.
  2. Este versículo tem o que é chamado ‘artigo comparativo’ - ‘como’ - que não é visto em Génesis 1. Por outras palavras, não está a dizer que um dia é mil anos – está a comparar um dia literal e real com mil anos literais e reais. O contexto desta passagem é a Segunda Vinda de Cristo. Está a dizer que, para Deus, um dia é como mil anos, porque Deus é intemporal. Deus não está limitado por processos naturais e pelo tempo como os seres humanos estão. O que para nós parece ser um longo período de tempo (esperando a Segunda Vinda), ou um curto espaço de tempo, para Deus não é significativo, em ambas as situações.
  3. A segunda parte do versículo diz: ‘e mil anos como um dia’ que, em essência, cancela a primeira parte do versículo para aqueles que querem igualar um dia a mil anos! Portanto, não pode estar a dizer que um dia é mil anos ou vice-versa.
  4. Salmos 90:4 declara: ‘Mil anos diante de Ti, são como o dia de ontem que já passou, ou como uma vigília da noite.’ Aqui, mil anos estão a ser comparados com uma ‘vigília na noite’ (quatro horas29. Como a frase ‘vigília na noite’ está relacionada de uma forma particular com ‘ontem’, está a dizer que mil anos está a ser comparado com um curto período de tempo – não simplesmente um dia.
  5. Se alguém usou esta passagem para alegar que ‘dia’ na Bíblia significa mil anos, então, para ser consistente, teria de se dizer que Jonas esteve no ventre do peixe três mil anos, ou que Jesus ainda não ressuscitou dos mortos!

Objecção 4

Insistindo em seis dias solares para a Criação limita Deus, ao passo que conceder a Deus biliões de anos não o limita.

Resposta

De facto, insistir em seis dias de rotação terrestre da Criação não está a limitar Deus, mas a limitar-nos a nós a acreditar que Deus fez o que Ele diz na Sua Palavra. E também, se Deus criou tudo em seis dias, como a Bíblia diz, isso certamente revela o poder e a sabedoria de Deus de uma maneira profunda – Deus Todo Poderoso não precisou de muito tempo! Pelo contrário, os cenários de biliões de anos diminuem Deus, ao sugerir que o mero acaso poderia criar coisas, ou que Deus precisou de enormes quantidades de tempo para criar coisas.

Objecção 5

Adão não poderia ter realizado tudo o que a Bíblia diz num dia (sexto Dia). Ele não poderia ter dado nome a todos os animais, por exemplo; não teria havido tempo suficiente.

Resposta

Adão não teve de dar um nome a todos os animais – somente àqueles que Deus trouxe até ele. Por exemplo, Adão recebeu ordens para dar nome a ‘todos os animais ferozes do campo’ (Génesis 2:20), não ‘todos os animais ferozes da Terra’ A frase ‘animais ferozes do campo’ pode ser uma sub-definição de um grupo maior de ‘animais ferozes da Terra’. Ele não teve de nomear ‘todos os animais da Terra’ (Génesis 1:25) ou qualquer criatura dos mares., O número de ‘espécies’ também seria muito inferior ao número de ‘espécies’ na classificação actual.30

Quando os críticos dizem que Adão não poderia ter dado nome aos animais em menos de um dia, o que eles realmente querem dizer é que não entendem como eles o poderiam fazer e portanto, Adão também não poderia. Contudo, o nosso cérebro sofreu 6000 anos de Maldição – foi grandemente afectado pela Queda. Antes do pecado, o cérebro de Adão era perfeito.

Quando Deus fez Adão, Ele deve tê-lo programado com uma linguagem perfeita. Hoje, programamos computadores para ‘falar’ e ‘lembrar’. Deus criou Adão como um homem adulto (ele não nasceu como uma criança a precisar de aprender a falar) com uma linguagem perfeita na sua memória celular, com uma compreensão perfeita de cada palavra. (Por isso Adão entendeu quando Deus lhe disse que ele morreria se desobedecesse, embora ainda não tivesse visto nenhuma morte). Adão pode também ter tido uma memória ‘perfeita’ (talvez algo como uma memória fotográfica).

Não haveria qualquer dificuldade para este primeiro homem perfeito criar palavras para dar um nome aos animais que Deus lhe trouxe e lembrar-se dos nomes – em menos de um dia.31

Objecção 6

Génesis 2 é um registo diferente da Criação, com uma ordem diferente. Então, como é que se pode aceitar que o primeiro capítulo se refira a seis dias literais?

Resposta

Na verdade, Génesis 2 não é um registo diferente da Criação. É um registo mais detalhado do sexto Dia da Criação. O capítulo 1 é uma panorâmica de toda a Criação; o capítulo 2 dá-nos os detalhes acerca da criação do Jardim, do primeiro homem e das suas actividades no sexto Dia.32

Entre a criação de Adão e a criação de Eva, está escrito que o ‘Senhor Deus, formou da terra todos os animais do campo e todas as aves…’ (Génesis 2:19). Isto parece dizer que os animais e as aves foram criados entre a criação de Adão e Eva. Contudo, estudiosos Judeus não viram nenhum conflito com o registo do capítulo 1, onde Adão e Eva foram ambos criados depois dos animais da terra e das aves (Génesis 1:23-25). Não existe contradição, porque no hebraico, o tempo do verbo é determinado pelo contexto. É claro, no capítulo 1, que os animais e as aves foram criados antes de Adão. Então, os estudiosos Judeus entenderam que o verbo ‘formou’, em Génesis 2:19 significa ‘tinha formado’ ou ‘tendo formado’. Se traduzirmos o versículo 19: ‘O Senhor Deus, tinha formado da terra todos os animais do campo…’, o aparente desacordo com Génesis 1, desaparece completamente.

A respeito das plantas e ervas em Génesis 2:5 e das árvores em Génesis 2:9 (compara com Génesis 1:12), as plantas e ervas são descritas como ‘do campo’ e precisavam de um homem para as cultivar. Estas são claramente plantas de cultivo e não plantas em geral (Génesis 1). Também, as árvores (Génesis 2:9) são somente as árvores no Jardim e não árvores em geral.

Em Mateus 19:3-6, Jesus Cristo cita Génesis 1:27 e Génesis 2:24 quando se refere ao mesmo homem e mulher ao ensinar a doutrina do casamento. Claramente, Jesus via-os como registos complementares, e não registos contraditórios.

Objecção 7

Não há ‘tarde e manhã’ para o sétimo Dia da Semana da Criação (Génesis 2:2). Portanto, devemos estar ainda no ‘sétimo dia’ e então nenhum dos dias podem ser considerados dias normais.

Resposta

Olha de novo para a secção intitulada ‘Porquê seis dias?’ Êxodo 20:11 refere-se claramente a sete dias literais – seis para trabalhar e um para descansar.

Deus também declarou que Ele ‘descansou’ do Seu trabalho da criação (e não que Ele está a descansar!). O facto d’Ele ter descansado do Seu trabalho da criação não quer dizer que Ele continue ainda a descansar dessa actividade. O trabalho de Deus agora é diferente – é um trabalho de sustentar a Sua criação e de reconciliação e redenção por causa do pecado do homem.

A palavra yom é qualificada por um número (Génesis 2:2-3). Assim, o contexto continua a mostrar que se trata de um dia solar literal. Deus também abençoou este sétimo dia e tornou-o sagrado. Em Génesis 3:17-19 lemos acerca da Maldição sobre a Terra por causa do pecado. Paulo refere-se a isso em Romanos 8:22. Não faria sentido que Deus chamasse a este dia santo e abençoado se Ele tivesse amaldiçoado a terra neste ‘dia’. Nós vivemos numa Terra pecadora e amaldiçoada – não estamos num sétimo dia abençoado e santo!

Nota: Ao argumentar que o sétimo dia não é um dia normal porque não está associado a ‘tarde e manhã’ como os outros dias, os defensores desta teoria estão implicitamente a concordar que os outros seis dias são dias literais porque são definidos por uma tarde e uma manhã!

Alguns argumentaram que Hebreus 4:3-4 implica que o sétimo dia seja um dia contínuo. Contudo, o versículo 4 repete que Deus descansou (tempo passado) no sétimo dia. Se alguém na Segunda-feira diz que descansou na Sexta-feira e ainda está a descansar, isto não significa que a Sexta-feira se tenha prolongado até Segunda-feira! Para além disso, só aqueles que tinham acreditado em Cristo entrariam nesse descanso, mostrando que é um descanso espiritual, que é comparado com o descanso de Deus desde a Semana da Criação. Não é um tipo de continuação do sétimo dia (ou então todos estariam ‘neste’ descanso)33

Hebreus não diz que o sétimo Dia da Semana da Criação está a continuar hoje, mas meramente que o descanso que Ele instituiu continua.

Objecção 8

Génesis 2:4 declara: ‘No dia que o Senhor Deus fez a terra e os céus’. Como isto se refere aos seis Dias da Criação, mostra que a palavra ‘dia’ não significa um dia literal.

Resposta

A palavra hebraica yom usada aqui não está ligada a um número, à frase ‘tarde e manhã’, ou a luz e trevas. Neste contexto, o versículo significa realmente ‘na altura em que Deus criou’ (referindo-se à Semana da Criação) ou ‘quando Deus criou’.

Outros problemas com dias longos e interpretações semelhantes

  1. Se as plantas no terceiro Dia fossem separadas por milhões de anos dos pássaros e outros polinizadores (criados no quinto Dia) e dos insectos (criados no sexto Dia) necessários para a sua polinização, então tais plantas não teriam sobrevivido. Este problema seria ainda mais grave para espécies com relações simbióticas complexas (em que cada um depende do outro, por ex., a planta de juca e o insecto associado34.
  2. Adão foi criado no sexto Dia, viveu no sétimo Dia e depois morreu quando tinha 930 anos (Génesis 5:5). Se cada dia fosse mil anos, ou milhões de anos, a idade de Adão na altura da sua morte não faria sentido!
  3. Alguns afirmam que a palavra usada para ‘fez’ (asah) em Êxodo 20:11 realmente significa ‘mostrou’. Eles sugerem que Deus tenha mostrado ou revelado a informação sobre a Criação a Moisés durante um período de seis dias. Isto permite que a própria Criação tenha ocorrido ao longo de milhões de anos. Contudo, ‘mostrou’ não é uma tradução válida para asah. O seu significado cobre ‘fabricar, produzir, etc.’, mas não ‘mostrar’ no sentido de revelar.35 Onde asah é traduzido por ‘mostrar’ – por exemplo, ‘mostrar simpatia’ (Génesis 24:12) – é no sentido de ‘fazer’ simpatia.
  4. Alguns alegaram que porque a palavra asah é usada para a criação do sol, lua e estrelas no quarto Dia e não a palavra bara, que é usada em Génesis 1:1 para ‘criar’, isso significa que Deus só revelou o sol, a lua e a estrelas nessa fase. Eles insistem em que a palavra asah tem o significado de ‘revelar’. Por outras palavras, as luminárias supostamente já existiam e só foram reveladas nesta fase. Contudo, bara e asah são usadas nas Escrituras para descrever o mesmo evento. Por exemplo, asah é usado em Êxodo 20:11 para referir a criação dos Céus e da Terra, mas bara é usada para referir a criação dos Céus e da Terra em Génesis 1:1. A palavra asah é usada a respeito da criação das primeiras pessoas em Génesis 1:26 – estas não existiam previamente. E depois, estas aparecem como sendo criadas (bara) em Génesis 1:27. Existem muitos outros exemplos similares. Asah tem um grande número de significados envolvendo ‘fazer’, que inclui a criação bara.
  5. Algumas pessoas aceitam que os Dias da Criação são dias normais no que diz respeito à linguagem usada em Génesis, mas não dias literais da história no que diz respeito ao homem. Esta é basicamente a perspectiva chamada ‘hipótese estrutural’.36 Esta é uma perspectiva complexa que tem sido refutada pelos estudiosos.37

O propósito real da ‘hipótese estrutural’ pode ser visto na seguinte citação de um artigo escrito por um dos seus defensores:

”Refutar a interpretação literal da ‘semana’ da criação de Génesis proposta pelos teóricos da Terra-jovem é a preocupação central deste artigo.”38

Algumas pessoas querem que os Dias da Criação sejam longos períodos numa tentativa de harmonizar a evolução ou biliões de anos com o registo bíblico das origens. Contudo, a ordem dos eventos de acordo com as crenças de eras longas, não é a mesma da de Génesis. Considera a seguinte tabela:

Algumas contradições entre a ordem da criação na Bíblia e os períodos-longos da evolução.

O registo bíblico da Criação A especulação da Evolução
A Terra antes do sol e estrelas As estrelas e o sol antes da Terra
A Terra inicialmente coberta por água A Terra como uma superfície fundida
Primeiro os oceanos, depois a terra seca A terra seca, depois os oceanos
A vida criada primeiro na terra A vida começou nos oceanos
As plantas criadas antes do sol As plantas vieram depois do sol
Os peixes e aves criados juntos Os peixes formados muito antes das aves
Os animais terrestres criados antes das aves As aves antes dos animais terrestres
O homem e dinossauros viveram juntos Os dinossauros morreram muito antes do homem surgir.

Claramente, aqueles que não aceitam os seis dias literais são aqueles que lêem na passagem da criação as suas ideias preconcebidas.

Comprometimentos com Períodos longos.

Para além da ‘teoria do hiato’ (a crença de que existe um espaço de tempo indeterminado entre os primeiros dois versículos de Génesis 1), as maiores posições de compromisso que tentam harmonizar períodos longos e/ou evolução com o relato de Génesis, caiem em duas categorias:

  1. ‘evolução teísta’, onde Deus supostamente dirigiu o processo evolucionista de milhões de anos, ou somente o definiu e deixou correr e,
  2. ‘criação progressiva’, onde Deus supostamente interveio nos processos de morte e luta pela sobrevivência para criar milhões de espécies em várias alturas ao longo de milhões de anos.

Todas estas posições rejeitam o Dilúvio de Noé como um Dilúvio Global – só poderia ter sido um evento local, porque as camadas fósseis são aceites como evidência para milhões de anos. Um Dilúvio global teria destruído este registo e produzido outro! Portanto, estas posições não permitem um Dilúvio global catastrófico que formasse camadas de pedras fossilizadas por toda a Terra. Isto, claro, vai contra as Escrituras, que obviamente ensinam um Dilúvio global (Génesis 6-9).38

Isto importa realmente?

Sim, é importante aquilo em que um Cristão acredita acerca dos Dias da Criação em Génesis 1. Mais importante, todos os esquemas que inserem muito tempo na (ou antes da) Criação, diminuem a força do Evangelho ao colocar morte, derramamento de sangue, doença, espinhos e sofrimento antes do pecado e da Queda, como já foi explicado acima (ver resposta à Objecção 1). Aqui estão mais duas razões:

  1. O que está em questão é a forma como realmente se aborda a Bíblia. Se não permitirmos que a linguagem nos fale no contexto, mas tentarmos fazer com que o texto encaixe ideias de fora das Escrituras, então o significado de qualquer palavra em qualquer parte da Bíblia depende da interpretação do homem – que pode mudar de acordo com quaisquer ideias exteriores que estejam na moda.
  2. Se permitirmos que a ‘ciência’ (que se tornou, erradamente, sinónimo de evolução e materialismo) determine o nosso entendimento das Escrituras, isto pode levar a que se caia na descrença em relação ao resto das Escrituras. Por exemplo, a ‘ciência’ defende que uma pessoa não pode ser ressuscitada dos mortos. Isto quer dizer que deveremos ‘interpretar’ a Ressurreição de Cristo de forma a estar de acordo com isto? Infelizmente, alguns fazem isso, dizendo que a Ressurreição significa simplesmente que os ensinamentos de Jesus continuam vivos nos Seus seguidores!

Quando as pessoas aceitam literalmente o que Génesis ensina e os dias da criação como dias normais, não terão problema em aceitar que o resto da Bíblia faz sentido.

Martinho Lutero disse:

”Tenho dito frequentemente que aquele que estuda as Sagradas Escrituras, deve certificar-se de que aceita as palavras o mais literalmente possível e de forma nenhuma se deve afastar do seu significado a menos que pela fé seja levado a entendê-las de maneira diferente. Porque disto devemos ter a certeza: não houve nenhum discurso tão claro na Terra como aquilo que Deus falou.”39

Puras palavras

O povo de Deus precisa de perceber que a Palavra de Deus é algo muito especial. Não são somente palavras de homens. Como Paulo disse em 1 Tessalonicenses 2:13, “Vocês receberam-na não como palavra dos homens, mas como é, a verdadeira Palavra de Deus.”

Provérbios 30:5-6 declara que: “Toda a palavra de Deus é pura… Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso” A Bíblia não pode ser tratada como sendo apenas um grande trabalho literário. Precisamos de “tremer perante a Sua Palavra” (Isaías 6:5) e não esquecer:

”Toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para convencer, para corrigir, para instruir na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e apto para toda a obra.” (2 Timóteo 3:16-17)

Nos manuscritos originais, cada palavra e letra da Bíblia está lá porque Deus a pôs. Vamos então ouvir Deus falar-nos através da Sua Palavra e não pensar arrogantemente que podemos dizer a Deus o que Ele realmente tem em mente!

Footnotes

  1. Van Bebber, M. and Taylor, P., Creation and Time: A Report on the Progressive Creationist Book by Hugh Ross, Films for Christ, Mesa, Arizona, 1994.
  2. Hasel, G., The ‘days’ of Creation in Genesis 1: literal ‘days’ or figurative ‘periods/epochs’ of time? Origins 21(1):5–38, 1994.
  3. M. Luther as cited in Plass, E., What Martin Luther Says: A Practical In-Home Anthology for the Active Christian, Concordia Publishing House, St Louis, p. 1523, 1991.
  4. Archer, G., A Survey of Old Testament Introduction, Moody Press, Chicago, pp. 196–197, 1994.
  5. Boice, J., Genesis: An Expositional Commentary, Vol. 1, Genesis 1:1–11, Zondervan Publishing House, Grand Rapids, Michigan, p. 68, 1982.
  6. Spurgeon, C., The Sword and the Trowel, p. 197, 1877.
  7. Berkhof, L., introductory volume to Systematic Theology, Wm. B. Eerdsmans, Grand Rapids, Michigan, pp. 60, 96, 1946.
  8. Brown, F., Driver, S. and Briggs, C., A Hebrew and English Lexicon of the Old Testament, Clarendon Press, Oxford, p. 398, 1951.
  9. Some say that Hosea 6:2 is an exception to this because of the figurative language. However, the Hebrew idiomatic expression used, ‘After two days ... in the third day,’ meaning ‘in a short time,’ makes sense only if ‘day’ is understood in its normal sense.
  10. Stambaugh, J., The days of Creation: a semantic approach, Proc. Evangelical Society’s Far West Region Meeting, Master’s Seminary, Sun Valley, California, p. 12, 26 April 1996.
  11. The Jews start their day in the evening (sundown followed by night)—obviously based on the fact that Genesis begins the day with the ‘evening.’
  12. Stambaugh, Ref. 10, p. 15.
  13. Stambaugh, Ref. 10, p. 72.
  14. Stambaugh, Ref. 10, pp. 72–73.
  15. Stambaugh, Ref. 10, pp. 73–74.
    Grigg, R., How long were the days of Genesis 1?
    Creation 19(1):23–25, 1996.
  16. Barr, J., Letter to David Watson, 23 April 1984.
  17. Dods, M., Expositor’s Bible, T & T Clark, Edinburgh, p. 4, 1888, as cited by Kelly, D., Creation and Change, Christian Focus Publications, Fearn, Scotland, p. 112, 1997.
  18. Plass, Ref. 3, p. 1523.
  19. McNeil, J. (Ed.), Calvin: Institutes of the Christian Religion 1, Westminster Press, Louisville, Kentucky, pp. 160–161, 182, 1960.
  20. Hasel, Ref. 2, p. 29.
  21. Whitcomb, J. and Morris, H., The Genesis Flood, Presbyterian and Reformed Publ., Phillipsburg, New Jersey, USA, pp. 481–483, 1961, Appendix II. They allow for the possibility of gaps in the genealogies because the word ‘begat’ can skip generations. However, they point out that even allowing for gaps would give a maximum age of around 10,000 years.
  22. Pierce, L., The forgotten archbishop, Creation 20(2):42–43, 1998. Ussher carried out a very scholarly work in adding up all the years in Scripture to obtain a date of Creation of 4004 BC. Ussher has been mocked for stating that Creation occurred on 23 October—he obtained this date by working backwards using the Jewish civil year and accounting for how the year and month etc. were derived over the years. Thus, he didn’t just pull this date out of the air, but gave a scholarly mathematical basis for it. This is not to say this is the correct date, as there are assumptions involved, but the point is, his work is not to be scoffed at. Ussher did not specify the hour of the day for Creation as some skeptics assert. Young’s Analytical Concordance, under ‘creation,’ lists many other authorities, including extra-Biblical ones, who all give a date for Creation of less than 10,000 years ago.
  23. Morris, H. and Morris, J., Science, Scripture, and the Young Earth, Institute for Creation Research, El Cajon, California, pp. 39–44, 1989.
    Morris, J., The Young Earth, Master Books, Green Forest, Arkansas, pp. 51–67, 1996.
    Austin, S., Grand Canyon: Monument to Catastrophe, Institute for Creation Research, El Cajon, California, pp. 111–131, 1994.
    Humphreys, D., Starlight and Time, Appendix C, Master Books, Green Forest, Arkansas, 1996.
    Progress towards a young-Earth relativistic cosmology, Proc. 3rd ICC, Pittsburg, pp. 83–133, 1994.
    Wieland, C., Creation in the physics lab (interview with Dr Russell Humphreys), Creation 15(3):20–23, 1993.
    Taylor, I., In the Minds of Men, TFE Publ., Toronto, pp. 295–322, 1984.
  24. Ham, K., The Lie: Evolution, Master Books, Green Forest, Arkansas, Introduction, pp. xiii–xiv, 1987.
    Ham, K., The necessity for believing in six literal days, Creation 18(1):38–41, 1996.
    Ham, K., The wrong way round! Creation 18(3):38–41, 1996.
    Ham, K., Fathers, promises and vegemite, Creation 19(1):14–17, 1997.
    Ham, K., The narrow road, Creation 19(2):47–49, 1997.
    Ham, K., Millions of years and the ‘doctrine of Balaam,’ Creation 19(3):15–17, 1997.
  25. Gill, J., A Body of Doctrinal and Practical Divinity, 1760. Republished by Primitive Baptist Library, p. 191, 1980. This is not just a new idea from modern scholars. In 1760 John Gill, in his commentaries, insisted there was no death, bloodshed, disease or suffering before sin.
  26. All Eve’s progeny, except the God-man Jesus Christ, were born with original sin (Romans 5:12, 18–19), so Eve could not have conceived when she was sinless. So the Fall must have occurred fairly quickly, before Eve had conceived any children (they were told to ‘be fruitful and multiply’).
  27. Some people ask why God did not tell us the source of this light. However, if God told us everything, we would have so many books we would not have time to read them. God has given us all the information we need to come to the right conclusions about the things that really matter.
  28. Lavallee, L., The early church defended creation science, Impact, No. 160, p. ii, 1986. Quotation from Theophilus, ‘To Autolycus,’ 2.8, Oxford Early Christian Texts.
  29. The Jews had three watches during the night (sunset to 10 pm; 10 pm to 2 am; 2 am to sunrise), but the Romans had four watches, beginning at 6 pm.
  30. Ham, K. et al., The Answers Book, Master Books, Green Forest, Arkansas, pp. 180–182, 2000.
  31. Grigg, R., Naming the animals: all in a day’s work for Adam, Creation 18(4):46–49, 1996.
  32. Batten, D., Genesis contradictions? Creation 18(4):44–45, 1996.
    Kruger, M., An understanding of Genesis 2:5, CEN Technical Journal 11(1):106–110, 1997.
  33. Anon., Is the Seventh Day an eternal day? Creation 21(3):44–45, 1999.
  34. Meldau, F., Why We Believe in Creation Not in Evolution, Christian Victory Publ., Denver, Colorado, pp. 114–116, 1972.
  35. Nothing in Gesenius’s Lexicon supports the interpretation of asah as ‘show.’
    See Charles Taylor’s Revelation or creation? (1997) found on the Answers in Genesis Web site www.AnswersInGenesis.org.
  36. Kline, M., Because it had not rained, Westminster Theological Journal 20:146–157, 1957–1958.
    Kline, M., Space and time in the Genesis cosmology, Perspectives on Science & Christian Faith 48(1), 1996.
  37. Kruger, Ref. 31, pp. 106–110.
    Pipa, J., From chaos to cosmos: a critique of the framework hypothesis, presented at the Far-Western Regional Annual Meeting of the Evangelical Theological Society, USA, 26 April 1996.
    Wayne Grudem’s Systematic Theology, InterVarsity Press, Downers Grove, Illinois, USA, pp. 302–305, 1994, summarizes the framework hypothesis and its problems and inconsistencies.
  38. Van Bebber and Taylor, Ref. 1, pp. 55–59.
    Whitcomb and Morris, Ref. 21, pp. 212–330.
  39. Plass, Ref. 3, p. 93.

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